A 17 e 18 de Dezembro, os trabalhadores do centro logístico da Amazon em Trapagaran, na Biscaia (País Basco), estiveram em luta contra a precariedade, por melhores salários e em defesa de negociação.
Os sindicatos que convocaram a greve (ELA e LAB) afirmam que se tratou de um «enorme êxito», uma vez que o centro esteve parado – mesmo com os trabalhadores contratados a empresas de trabalho temporário a serem alvo de ameaças e pressões.
Segundo refere o sindicato LAB, o centro logístico biscainho, responsável por grande parte da distribuição do gigante do comércio electrónico na província castelhana de Burgos, na Cantábria e no País Basco, contou com a «ajuda inestimável» da empresa de trabalho temporário (ETT) Manpower para tentar tirar força à greve.
Por um lado, acusa, em Novembro a empresa realizou mais de 40 contratações «extraordinárias» para o período do Natal; por outro, tanto Amazon como Manpower contactaram os funcionários precários, por telefone, via WhatsApp ou recorrendo ao e-mail, avisando-os que «não se justificam as ausências» e que seria «aplicado o procedimento disciplinar, como em qualquer ausência».
Os sindicatos lembraram que a legislação laboral (artigo 6.5 do decreto-lei das relações de trabalho) estabelece que, durante a greve, o empresário não poderá substituir os grevistas por trabalhadores que não estivessem ligados à empresa no momento em que foi divulgado o pré-aviso de greve.
Desta forma, sublinham, é ilegal a contratação temporária de trabalhadores com o único fim de fazer frente à greve.
Novas paralisações a 3, 4 e 5 de Janeiro
Os sindicatos, que acusam a Amazon de «imobilismo», afirmam ainda que, no passado dia 22 de Dezembro, a Manpower voltou a enviar mais mensagens por WhatsApp e e-mail, nas quais «oferecia horas extra na primeira semana de Janeiro», precisamente a semana para a qual estão convocados três novos dias de paralisação no centro logístico de Trapagaran.
Neste sentido, LAB e ELA deram conhecimento dos factos denunciados à Inspecção do Trabalho e Segurança Social da Biscaia, à qual solicitam que intervenha com a máxima celeridade possível, de modo «a actuar contra a violação do direito à greve que Manpower e Amazon estão a levar a cabo».
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