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Zozulya não passou!

Anunciado como reforço do Estoril Praia, o avançado ucraniano Roman Zozulya acabou por não rumar à Amoreira pela pressão dos adeptos, que repudiaram a hipótese de um nazi representar o seu emblema.

Cartazes dos adeptos do Rayo Vallecano contra a contratação pelo clube madrileno do jogador ucraniano Roman Zozulya, denunciado como pró-nazi 
Cartazes dos adeptos do Rayo Vallecano contra a contratação pelo clube madrileno do jogador ucraniano Roman Zozulya, denunciado como pró-nazi Créditos / Eurosport

Diz-me com quem andas…

Num mundo onde há multas e suspensões para quem use o desporto para apoiar a causa palestiniana (ver o exemplo da claque Green Brigade do Celtic ou do judoca Fethi Nourine), Zozulya fazia normalmente a sua carreira como jogador profissional de futebol, sendo conhecida a sua filiação a movimentos neonazis e fascistas.

Pesquisas nas redes sociais revelaram aos adeptos antifascistas as ligações do futebolista Roman Zozulya a organizações neo-nazis Créditos

Desde a sua admiração pelo líder dos colaboracionistas ucranianos, Stepan Bandera, à associação com a claque neonazi White Boys do Dnipro, e tendo mobilizado e dado apoio ao Batalhão Azov e Sector Direita, a filiação de Zozulya nunca pareceu incomodar direcções de clubes e federações do futebol e do desporto. Formado no Dínamo de Kiev, rumou depois para o Dnipro, onde assumiu maior protagonismo, enquanto vestia a camisola da selecção nacional, e rumou em 2016 para o Real Bétis, histórico clube andaluz.

Não fosse a sua incapacidade de se afirmar no Bétis, Zozulya teria uma carreira normal, paralela à sua actividade pública de extrema-direita, financiando as operações de gangues nazis com o seu salário ganho através do desporto-rei. Infelizmente para ele, a normalidade ficou posta em causa, quando os verdiblancos ditaram o seu empréstimo para o Rayo Vallecano, onde teve que lidar com uma peça fundamental do desporto que ainda não se tinha feito ouvir.

As claques do madrileno Rayo Vallecano repudiaram a presença no clube do futebolista Roman Zozulya, devido às suas simpatias por grupos neonazis Créditos

«Football without the fans is nothing» – Jock Stein

Esta citação do lendário treinador do Celtic diz muito sobre o episódio que se seguiu depois do anúncio da ida do ucraniano para Vallecas. Os adeptos deste clube, fortemente implantado junto da população deste bairro operário de Madrid, repudiaram fortemente a vinda do jogador, iniciando uma campanha para impedir que jogasse pela equipa, que incluiu o boicote aos treinos. A pressão feita pelos adeptos (e os seus Bukaneros) forçou a direcção a anular o acordo.

A anulação deste negócio acabou por impedir Zozulya de jogar durante o resto da temporada de 2016/17, deixando de ser convocado para a selecção. Acabou dispensado pelo Real Bétis, e encontrou lugar no Albacete, tendo pela primeira vez jogado fora das primeiros escalões do futebol. Apesar disso, o sucesso da campanha de denúncia expôs a sua ligação à extrema-direita perante os todos os adeptos de todo o mundo. Mesmo na 2.ª divisão espanhola, o ucraniano tornou-se alvo preferido dos adeptos adversários. Afastado definitivamente da selecção, qualquer tentativa de recuperar uma carreira normal se esfumou.

Sticker contra o racismo dos adeptos do Estoril Praia Créditos

Não passarão!

Tendo o Albacete descido de divisão este ano, Zozulya procura uma nova casa. A semana passada, foi anunciado que o avançado rumaria ao Estoril Praia. E novamente, o maior adversário de Zozulya não é Donnaruma ou Van Dijk, mas os adeptos. Imediatamente após o anúncio, a reacção dos estorilistas foi de oposição à vinda do jogador. No domingo, foi anunciado que rumaria, não ao campeonato português, mas à terceira divisão espanhola, cimentando mais um passo para a irrelevância desportiva de um jogador que outrora parecia destinado a ser uma das referências do futebol ucraniano.

Em tempos onde muito se debate sobre de que forma ser combate a ascensão do fascismo, sobre a sua normalização, o caso de Roman Zozulya dá algumas luzes. Zero espaço para o fascismo, zero espaço para o nazismo! Citando o comandante Durruti: o fascismo não se discute, destrói-se.

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