Teve oportunidade de ser oposição ao Governo, no entanto, sempre que foi necessário o PS demitiu-se das suas responsabilidades. Desde o Orçamento do Estado à moção de censura, passando pela baixa do IRC, em cada momento-chave, o partido liderado por Pedro Nuno Santos não hesitou, deu a mão à AD e, viabilizando o projecto de retrocesso social colocado em marcha pela direita.
A política da AD foi sempre a mesma e Luís Montenegro encara estas eleições como uma oportunidade de legitimá-la, puxando para si a necessidade de, segundo o próprio, reformar o país. Ou seja, o presidente do PSD que continuar a trilhar o caminho que começou e que contou com o auxílio do PS.
Em modo eleitoral, talvez olhando para as sondagens, Pedro Nuno Santos, numa acção de campanha na Guarda, aproveitou o momento para tecer críticas ao Governo e, à boleia, também criticou a IL.
«Para termos estabilidade nós precisámos mesmo de uma vitória do PS e ela é importante para fazermos uma mudança segura que o Governo da AD não conseguiu fazer. Falhou na saúde, falhou na economia e agora, com a IL, aí sim, teríamos uma coligação radical que poria em causa o Estado social em Portugal», afirmou o secretário-geral do PS.
Acontece que a tal «coligação radical» visa apenas continuar a seguir a política levada a cabo até agora. Para a AD, a IL parece surgir como aliada na obtenção de uma maioria. Para a IL, que até chegou a criticar o Governo, a AD, pelo que já demonstrou na sua governação, é um parceiro ideologicamente perfeito.
O secretário-geral do PS, que até chegou a dizer que a visão de Luís Montenegro sobre a Habitação era próxima da sua, até já referiu em várias circunstâncias que ninguém pode dizer que é o líder mais à esquerda do seu partido pelas condições governativas que deu ao Executivo, está agora incomodado com o radicalismo da direita.
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