O secretário-geral do PCP recebeu esta tarde Dilma Roussef, no âmbito da sua visita a Portugal. No decorrer do encontro, Jerónimo de Sousa reafirmou a posição solidária dos comunistas portugueses para com a presidente eleita do Brasil, bem como a denúncia e a condenação do golpe que conduziu à sua destituição do cargo, considerando tratar-se de uma operação golpista contra um processo de sentido progressista e de afirmação soberana, no Brasil, que se iniciou em 2003, com a eleição de Lula da Silva.
No encontro, foi ainda reafirmada a solidariedade do PCP para com os comunistas e outras forças progressistas brasileiras, face à ofensiva contra os direitos, a democracia e a soberania do Brasil levada a cabo pelo governo golpista de Michel Temer.
Destituição resultou de um golpe parlamentar
Dilma Rousseff, que se encontra em Lisboa para dar a conferência «Neoliberalismo, desigualdade, democracia sob ataque», participou, esta manhã, num encontro com a imprensa na Fundação José Saramago. Ali, afirmou que o processo que culminou no seu impeachment resultou de um golpe parlamentar, com o apoio de alguns sectores financeiros e empresariais, visando atacar o ciclo de vitórias do Partido dos Trabalhadores.
Concretizada a destituição, está em curso um golpe social no Brasil, marcado pelo ataque aos direitos. Dilma chamou a atenção para a emenda constitucional que congela por 20 anos a despesa pública primária, assim como para a desconstrução da Previdência. Neste sentido, a presidente considera que o Brasil se encaminha para uma situação económica, política e social muito difícil.
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