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Relativamente à Cimeira da NATO a decorrer em Varsóvia

«Paz sim, NATO não!», gritou-se nas ruas de Lisboa

Centenas de manifestantes, numa acção de protesto hoje em Lisboa, exigiram a dissolução da NATO e alertaram para as consequências da sua intervenção.

Palavras de ordem foram hoje gritadas pela paz na baixa de Lisboa
Palavras de ordem foram hoje gritadas pela paz na baixa de LisboaCréditos

Realizou-se hoje em Lisboa uma manifestação inserida na campanha de protesto contra a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), iniciada hoje em Varsóvia. Com 25 organizações promotoras, esta campanha denominada «Sim à Paz! Não à NATO» reafirmou, na manifestação em Lisboa, que a NATO «é o maior e mais agressivo bloco político-militar do mundo, instrumento da política externa dos Estados Unidos da América, que definiu a União Europeia como seu pilar europeu», sendo uma das principais responsáveis pela «desestabilização, violência e guerra que marcam hoje a realidade do Iraque, da Líbia, da Síria, do Afeganistão ou da Ucrânia», como afirma o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) no seu comunicado.

Da Rua do Carmo até ao Largo Camões, ecoaram centenas de vozes que gritaram palavras de ordem contra este bloco político-militar e contra a guerra. «Paz Sim, guerra não!», «NATO é agressão, dissolução é solução», foram algumas das palavras mais ouvidas.

Simão Calixto, de 17 anos, membro da Associação de Estudantes da Escola Secundária Sebastião da Gama em Setúbal, era um dos jovens participantes. Questionado sobre os motivos que o trouxeram à manifestação, Simão afirma que «continuam a dizer-nos todos os dias que não há dinheiro para a Educação, para contratar mais professores, e depois investem milhares e milhares de euros na guerra». E sublinha ainda que «Portugal está lá, na Cimeira da NATO, onde estão a decidir formar equipas de ataque rápido que possam estar em qualquer lado para matar pessoas».

Os manifestantes, com faixas, bandeiras e pancartas em punho, entoaram também como palavra de ordem «Guerra não», em detrimento a «Trabalho/Educação/Saúde sim». Chamaram também a atenção para o cumprimento da Constituição da República Portuguesa, que incorpora nos seus artigos a dissolução dos blocos político-militares, a solução pacífica dos conflitos internacionais, ou o direito dos povos à autodeterminação e à independência.

O AbrilAbril falou com Filipe Ferreira, dirigente do CPPC, sobre as razões desta acção. «O que quisemos com esta iniciativa foi chamar a atenção para os objectivos agressivos da NATO, e em particular esta sua Cimeira», afirmou, referindo ainda o reforço do sistema anti-míssil, «também agressivo, que ameaça o equilibrio de força e a paz na Europa e no mundo». Filipe Ferreira fez ainda um apelo: «A defesa do futuro da humanidade passa pela dissolução da NATO». Por fim, referiu ainda que esta iniciativa está ligada a muitas outras que o CPPC tem realizado no último mês. Também hoje decorreu em Coimbra uma acção de rua, estando outra agendada para amanhã, às 11h, na Rua de Santa Catarina no Porto.

Também João Barreiros, representante da CGTP-IN, falou com o AbrilAbril. Sobre a relação entre a luta pela paz e os trabalhadores, afirma que estes «têm todo o interesse na paz do seu país e dos outros, em solidariedade com todos os outros trabalhadores. A luta pela paz é também uma garantia de direitos sociais e de defesa da soberania».

As intervenções

No fim da manifestação, depois de um momento cultural com um concerto dado pela banda Marfa, foram feitas várias intervenções.

João Barreiros afirma que a NATO é um instrumento para «subjugar países e povos», servindo também para «manter o clima de medo e insegurança em muitos países», objectivos que merecem dos «trabalhadores e do povo a mais firme rejeição».

«A existência da NATO não tem justificação e é urgente que se cumpra a Constituição com a saída de Portugal da NATO, assim como a dissolução deste bloco político-militar», acrescentou.

Tomou também a palavra Regina Marques, do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), sublinhando que «não nos deixamos seduzir pelos recentes compromissos da NATO e da União Europeia no sentido de incluir as mulheres nas suas forças operacionais de segurança, como chefes de missão e de comando. Reafirmamos que para o MDM, mulheres e homens ao serviço da NATO não são agentes da paz, como eles dizem, mas sim executantes da guerra, violadora de vidas e direitos».

Já José Oliveira, do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), denuncia que Israel aceitou o convite da NATO para abrir uma missão permanente na sede deste bloco político-militar, demonstrando a sua relação estreita. Sobre os refugiados, afirma que a resposta «não tem sido política, indo à causa mais profunda do problema, mas militar, e para isso o aparelho da NATO tem sido fundamental». E acrescenta: «A verdadeira natureza da NATO, belicista e contra os povos, é posta a nu com a estreita relação com o regime sionista de Israel [...], que não pode ser desligada dos planos das grandes potências em relação à Síria, e visando a desestabilização de todo o Médio Oriente».

Para David Fraizier, jovem representante da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, quem faz a guerra e ameaça outros povos «são os mesmos que dizem que não há dinheiro para o acesso universal à Educação e nos fazem pagar propinas, cortando nas bolsas e nas nossas perspectivas para trabalhar com direitos. Ao mesmo tempo que canalizam milhões e milhões para a NATO e para a guerra».

Finalizou Ilda Figueiredo, presidente do CPPC. «Todas as declarações dos responsáveis, seja do secretário-geral na NATO, seja dos responsáveis dos EUA - que aliás a NATO representa - ou da Alemanha, vão no sentido de que esta Cimeira seja um reforço do militarismo na Europa, como não víamos desde o final da Segunda Guerra Mundial», declarou. Acrescentou ainda que «eles querem que haja um reforço das verbas para as armas», denunciando o lucrativo negócio do armamento.

«Em todos os países onde a NATO interveio, a situação hoje é melhor ou pior?», perguntou. O público não hesitou em gritar «Pior!».

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