A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) emitiu um comunicado no qual dá conta de novos cortes na Região Demarcada do Ouro. Este anúncio surge dias depois da acção de luta e reunião com a tutela, ambas iniciativa da estrutura representativa dos agricultores, e que demonstra que da parte do Governo não há vontade política para ajudar a produção agrícola na região.
Segunda a CNA, o novo corte no quantitativo do vinho a beneficiar para as 75 mil pipas afecta, principalmente, os pequenos e médios viticultores, significando «uma machadada nos seus rendimentos». O grave golpe surge na sequência dos grandes operadores terem enviado cartas aos viticultores avisando que não receberão as suas uvas, num contexto em que os viticultores entreguem a sua produção sem saberem quanto vão receber.
Nas críticas e preocupações, à CNA junta-se a AVADOURIENSE. Ambas as estruturas entendem que os cortes que afectam 20 000 viticultores evidenciam a política que favorece «a concentração de terras e da produção nas mãos das grandes casas comercializadoras e exportadoras».
«A CNA sublinha que este corte impõe de forma mais aguda a tomada de medidas imediatas que compensem os produtores pela perda de rendimento nesta vindima, direcionando-as sobretudo para os pequenos e médios viticultores, de forma desburocratizada e com dotações suficientes», afirma o comunicado.
Para além de apoios urgentes, tanto a CNA como a AVADOURIENSE exigem medidas de
carácter estrutural na Região Demarcada do Douro, algo que foi já exposto ao Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, Ministério da Agricultura e ao primeiro-ministro. Até lá, as estruturas deixam uma garantia: «Não deixaremos de tomar as iniciativas necessárias para prosseguir esta justa luta».
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