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Mulheres de todo o País manifestam-se este sábado em Lisboa pela igualdade

Entre os preparativos para a manifestação sob o lema «Igualdade na vida. O combate do nosso tempo», com mulheres de todo o País, o MDM recebe esta tarde a medalha de mérito da Câmara Municipal de Lisboa.

O MDM frisa que «os direitos das mulheres são para serem cumpridos»
Créditos / MDM

Será a partir das 14h30, entre a Praça dos Restauradores e a Ribeira das Naus, em Lisboa, que milhares de mulheres vão reivindicar soluções para os problemas com que se confrontam diariamente, seja no plano laboral ou familiar. 

Os baixos salários, os horários desregulados, o trabalho sem direitos, as violências contra a dignidade, designadamente a violência doméstica, e a necessária conciliação entre as esferas social, familiar e profissional são algumas das exigências elencadas pelo Movimento Democrático de Mulheres (MDM). 

Em declarações ao AbrilAbrilSandra Benfica, dirigente do movimento, regista com satisfação o apoio «muito grande» de organizações e de sindicatos, que têm vindo a apelar à participação, mas também a manifestação pública de adesão por parte de muitas mulheres de diferentes áreas de intervenção, «sobretudo na área da cultura e da investigação, mas também professoras, operárias e educadoras de infância». «Há de tudo», resume. 

A professora universitária Ana Maria Novais, as investigadoras Cristina Prata Cruzeiro e Elsa Dias, as actrizes Maria João Luís, Daniela Madanelo, Graça Ochoa e Inês Castel-Branco, e a artista Mitó Mendes são alguns dos nomes reconhecidos que apoiam a iniciativa pela defesa dos direitos das mulheres. 

Sandra Benfica destaca os mais de 50 autocarros que foram organizados em todos os distritos de modo a dar condições de participação a milhares de mulheres.

«Um ano de luta feroz, em que ganhámos»

Para o entusiasmo, em véspera da iniciativa, contribui a atribuição da medalha de mérito da Câmara Municipal de Lisboa ao MDM, «pelo trabalho desenvolvido em defesa dos direitos das mulheres ao longo dos seus 50 anos de existência». A cerimónia realiza-se esta tarde e, afirma Sandra Benfica, «tem um grande significado, particularmente depois de um ano de luta feroz, em que ganhámos». 

Em causa esteve o combate à «Plataforma Local na Área do Trabalho Sexual», cozinhada no pelouro dos Direitos Sociais, pelo então eleito do BE Ricardo Robles. Numa petição entregue na Assembleia Municipal, em Outubro, os mais de 3000 signatários requeriam a intervenção daquele órgão para travar a «institucionalização desta forma de violência», rejeitar a criação da referida «plataforma» e eliminar a «utilização do termo "trabalho sexual" por parte dos órgãos do Município, dos serviços e empresas municipais».

O objectivo foi conseguido e, no passado mês de Fevereiro, a Assembleia Municipal de Lisboa recomendou à Câmara «uma apresentação pública dos documentos estratégicos, incluindo o Plano de Estudo para o Diagnóstico e a Estratégia Municipal de Intervenção na Área da Prostituição», como defendia o MDM e outras organizações.

A recomendação veio no seguimento da votação favorável na Câmara de Lisboa, em Novembro, de uma estratégia municipal de intervenção na área da prostituição, tendo sido chumbada no mesmo dia a proposta do eleito do BE, que incluía a ideia de «trabalho sexual». 

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