Menos de uma semana depois do acordo entre Governo, Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a realidade vem confirmar aquilo que a CNA antecipava: os pequenas e médios agricultores vão mesmo ficar a perder.
Em causa está o facto de, supostamente, o pacto de medidas conter 180 milhões de euros, dos quais 2,3 milhões de euros seriam para apoiar os agricultores do Regime da Pequena Agricultura (RPA). Bem feitas as contas, o que «o Ministério da Agricultura tem para oferecer à pequena e média agricultura são apenas cortes».
Segundo a CNA, dos vastos milhões destinados a ajudar a produção, os pequenos produtores apenas iriam receber 50 euros numa ajuda única e enquanto, simultaneamente, os pequenos agricultores no RPA em 2022 foram excluídos dos chamados apoios à situação de crise e este ano com o novo PEPAC vão sofrer cortes significativos (menos 500 euros nas explorações até um hectare e menos 150 euros nas explorações entre um a dois hectares).
O comunicado da CNA vai mais longe e diz que há ainda mais problemas que acrescem a esta situação. Segundo a Confederação, ao não ter sido criado um mecanismo de regulação, tanto do mercado e dos preços ao longo da cadeia agro-alimentar, isso irá «manter as portas escancaradas ao esmagamento dos preços na produção».
Na ausência de um sacrifício à grande distribuição ou aos intermediários na cadeia agro-alimentar, as famílias continuarão a passar por sérias dificuldades, verificando-se a perpetuação e até agravamento da situação de adversidade e perda de rendimento dos agricultores.
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