O PCP levou uma proposta à Assembleia da República para travar a venda do Novo Banco a um grupo financeiro francês, não pela origem do dinheiro, mas porque se trata de mais um negócio que significa prejuízo para o Estado em prol dos grandes grupos económicos. A preocupação do Governo, no entanto, era só garantir que o comprador não era espanhol.
A exposição de motivos dos comunistas assentava na cronologia que, neste caso, não engana: quem deu o golpe no BES ficou intocável, o Governo PSD/CDS de Passos e Portas injectou oito mil milhões de euros no banco e posteriormente alienou parte à Lone Star, garantindo que o fundo norte-americano não sairia prejudicado, ao contrário dos contribuintes.
Agora, o Novo Banco será vendido ao grupo francês BPCE por um montante de 6,4 mil milhões de euros. A Lone Star arrecada 4,8 mil milhões de euros e o Estado, feitas as contas, perde 6,7 mil milhões de euros, o que demonstra na prática que o papel dos partidos e governos que suportaram esta operação serviu apenas para beneficiar o sector financeiro.
Encarando este escândalo, o PCP procurou travar a operação, mas o Governo teve a ajuda do Chega, Iniciativa Liberal e Partido Socialista para chumbar a proposta dos comunistas. Também o Livre e o Juntos Pelo Povo optaram pela abstenção.
Além de travar a venda, os comunistas instavam o Governo a «proceder à recuperação do controlo público do Novo Banco, a partir das actuais posições do Estado, colocando esta instituição financeira ao serviço do desenvolvimento da economia nacional, do Povo e do País».
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