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Empresa prevê o fecho de 22 lojas este ano e a saída de mil trabalhadores até 2020

Gestor do principal dono dos CTT defende plano de saídas e fechos

O gestor do maior accionista privado dos CTT defende o fecho de 22 lojas e o plano de reestruturação, em entrevista ao Público. «Tem havido encerramentos de estações desde sempre», afirmou João Bento.

Os CTT, uma empresa pública rentável para as contas do Estado, foram privatizados em 2013 e 2014 pelo governo do PSD e CDS-PP
CréditosBruno Almeida

O presidente da Gestmin (detida por Manuel Champalimaud), a empresa que aumentou a sua participação no capital dos CTT para 11% à boleia da queda da cotação das acções na bolsa, explicou que a decisão de reforçar a posição accionista foi um sinal de apoio ao plano de reestruturação, que implica a saída de mil trabalhadores.

Essas saídas são caracterizadas por João Bento, na entrevista ao Público, de forma criativa: não são despedimentos, mas a «não renovação de alguns contratos a termo», «reformas e saídas de pessoas que vão trabalhar para outros sítios» e «rescisões por mútuo acordo».

Também sobre o encerramento de lojas – 22 já neste ano, como ontem foi noticiado –, o gestor argumenta que «tem havido desde sempre». Na verdade, essa tendência iniciou-se na última década e intensificou-se com a entrada da actual equipa de administração, nomeada pelo anterior governo. Em 2008, existiam 924 estações de Correios, entretanto renomeadas lojas CTT. No final de 2017, eram pouco mais de 600.

João Bento falou ainda sobre o futuro da empresa e em particular sobre o serviço postal universal, que, alerta, é um monopólio natural que só os CTT podem garantir. O presidente da Gestmin antevê que, no futuro, será mais caro enviar uma carta e chegará mais tarde ao destino. «Se nós quisermos que as cartas continuem a chegar a todos os pontos do País, provavelmente será mais caro e teremos de aceitar que os tempos de entrega possam ser diferentes», afirmou.

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