Foi assinado esta semana o contrato que marca o início das obras de melhoria operacional no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. O projecto, liderado pela ANA/Vinci e com um investimento de 300 milhões de euros, inclui a implementação de 10 novas mangas e novas saídas rápidas, para supostamente facilitar a movimentação de passageiros.
Para a plataforma «Aeroporto Fora, Lisboa Melhora» a intenção futura de ampliar o Aeroporto Humberto Delgado para 45 movimentações por hora com a expansão do espaço, representa uma decisão que coloca em risco a qualidade de vida dos moradores das áreas vizinhas, que sofrem com o impacto ambiental e acústico das operações aéreas.
A mesma plataforma alerta para o facto das obras avançarem sem uma avaliação de impacto ambiental que contemple o aumento do ruído e dos poluentes atmosféricos na região: «estas condições afetam gravemente a saúde das populações expostas, e o aumento das operações apenas agravará este cenário. É inaceitável que, num Estado de Direito Democrático, se priorizem os lucros da ANA/VINCI em detrimento da qualidade de vida e saúde de milhares de cidadãos», considera.
Outro ponto de contestação é a falta de avanços no cronograma para a construção do futuro Aeroporto Luís de Camões, visto como uma solução definitiva para os problemas já há muito apontados. A plataforma considera que os recursos e tempo dedicados às melhorias do Aeroporto Humberto Delgado poderiam ser redirecionados para acelerar o projecto do novo aeroporto, defendendo o encerramento da Portela como medida essencial para o bem-estar da população de Lisboa e arredores.
Neste sentido, é exigida a eliminação de voos noturnos e o cumprimento rigoroso dos limites de ruído estabelecidos pela OMS e surge também o alerta para as comunidades afetadas, que continuam a arcar com os custos sociais e de saúde decorrentes da operação em marcha.
Enquanto as obras no Aeroporto Humberto Delgado avançam com previsão de vários anos até a conclusão, a Plataforma «Aeroporto Fora Lisboa Melhora» reforça, na nota enviada, o seu apelo por uma solução sustentável para a infraestrutura aeroportuária de Lisboa, considerando que a expansão do actual aeroporto não é compatível com os princípios de justiça social, saúde pública e sustentabilidade ambiental.
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