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|Jornada Mundial da Juventude (JMJ)

Do que fica da JMJ

Mais importante do que o enorme acontecimento mediático, da multidão aclamando o Papa e da imagem de agregação de multidões com a Igreja Católica, desta Jornada Mundial da Juventude de 2023, fica para História a intervenção do Papa Francisco no CCB, no dia 2 de Agosto.

O Papa Francisco acena aos peregrinos à saída da Capelinha das Aparições no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Fátima, Ourém, Portugal, 5 de agosto de 2023
O Papa Francisco acena aos peregrinos à saída da Capelinha das Aparições no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Fátima, Ourém, Portugal, 5 de agosto de 2023CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

Francisco relançou um acutilante repto à Europa: será que ainda será capaz de «trazer, para o cenário internacional, a sua originalidade específica»? Terá a Europa mestria para fazer com que, do crisol dos conflitos mundiais, «faça saltar a centelha da reconciliação, tornando verdadeiro o sonho de se construir o amanhã juntamente com o inimigo de ontem»?

Conseguirá ainda ou não a Europa «uma diplomacia da paz que extinga os conflitos e acalme as tensões»?

O Papa Francisco requereu respostas que os governantes de cada um dos países da União Europa são agora impelidos a dar ao mundo: «Para onde navegas, se não ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo?». Estarão disponíveis os governantes, aqueles que escutaram o Papa, para a edificação dessa Europa, de «uma Europa que inclua povos e pessoas, sem correr atrás de teorias e colonizações ideológicas»? Consideram os governantes que a União Europeia «tem por objetivo promover a paz, os seus valores e o bem-estar dos seus povos»? 

Em lugar da palavra que apavora, em contraposição aos alarmismos, o Papa Francisco desenhou a exigência das perguntas. Onde fedem as pestilências da cultura da morte, escavou uma saída. Até onde chega a noite, lançou um fio de esperança. Ante a terra devastada, projetou um movimento de vida, uma espécie de caudal. Apontou os conflitos que desfiguram  o mundo e fez ecoar súplicas e um clamor de paz, como se fosse uma exigência, uma urgência para o agir.

Os radares assinalam na Europa vozes alucinadas, de intolerâncias. Sentimos o perigo, o frio, o declive, a cegueira em nossas ruas, «o declínio da vontade de viver». Na desordem das injustiças e na solidão sem causa, no caminho às cegas, o vento interroga os monólogos sobre o futuro. Francisco abre fendas nas cidades cheias de medo, de desesperança. Propõe uma União Europeia a salvo dos especuladores, a Europa salva-vidas, capaz de abrigar, mestra no acolher, lugar de amparo e de ousadas formas de tecer laços de humanismo, e na arte de persuadir o mundo para a paz.

O Papa Francisco protagoniza uma outra Europa capaz de ser a portadora do azimute para «rotas corajosas para a paz», não só «para extinguir focos de guerra», mas com o papel «construtor de pontes e de pacificador». Neste sentido usa o seu engenho para «acender luzes de esperança».

É a utopia de Francisco?

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