O anúncio da demissão do almirante Mendes Calado do cargo de Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA), reconduzido pelo Governo, em Março passado, para um mandato de dois anos, acabou por ser clarificado pelo Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas.
Assim, à surpresa do anúncio da exoneração e de algum burburinho em torno das recentes reuniões Conselho do Almirantado, segue-se o espanto de, por um lado, se ficar a saber da combinação prévia, entre o PR o Governo e o CEMA, para a saída deste antes do prazo estipulado no sentido de abrir caminho para alguém. Por outro, esta evidente descoordenação entre Governo e PR quanto à data do anúncio da anunciada exoneração.
Em qualquer caso, a clarificação desta situação por parte do PR não apaga o facto de a ex-futura exoneração do CEMA ficar marcada pela recusa do Ministro da Defesa Nacional e do Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), em nomear o contra-almirante Oliveira e Silva para o cargo de Comandante Naval, cujo nome havia sido proposto pelo almirante Mendes Calado.
De facto, parecem ter razão todos quantos alertaram para a perturbação que a entrada em vigor das alterações à Lei de Bases da Organização das Forças Armadas viria a introduzir na interacção entre os diversos intervenientes na estrutura superior das Forças Armadas, e em eventuais situações de conflitualidade, como parece ser o caso.
A verdade é que a tão falada bazuca ainda não rebentou, mas os estilhaços já se fizeram sentir nos ministérios da Defesa e dos Transportes.
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