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Comissão de Inquérito a Tancos: Rovisco Duarte sob os holofotes

Após as audições críticas dos seus três comandantes funcionais, generais Fernando Serafino, Faria de Menezes e José Calçada, a prestação do ex-CEME nesta quarta-feira está a gerar alguma expectativa.

 

 O Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte
O Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte CréditosRodrigo Antunes / Agência Lusa

A motivação para a demissão dos comandantes das unidades envolvidas na segurança dos paióis de Tancos e, sobretudo, o de o ter feito em directo no Telejornal da RTP, é um enigma que o general Rovisco Duarte vai ser pressionado a desvendar.

Acresce que os tenentes-generais Fernando Serafino, Faria de Menezes e José Calçada, que desempenhavam no Exército as importantes funções de comandantes da Logística, das Forças Terrestres e do Pessoal, respectivamente, estiveram em desacordo com tais demissões.

O PSD, primeiro partido a intervir na audição desta quarta-feira da Comissão Parlamentar de Inquérito a Tancos, e o CDS-PP, partido proponente desta comissão, vão seguramente continuar a apontar a um dos seus principais alvos, Azeredo Lopes, no sentido de procurar saber se houve ou não pressão política do ex-ministro da Defesa Nacional para estas demissões. De resto, uma questão repetidamente levantada nas anteriores audições mas ainda sem resposta.

Entretanto, se outro mérito não tiver esta comissão parlamentar fica-se pelo menos a saber o estado da arte no Exército e, naturalmente, das Forças Armadas.

Os depoimentos dos tenentes-generais Fernando Serafino, Faria de Menezes, José Calçada e do general Carlos Jerónimo, antecessor de Rovisco Duarte na chefia do Exército, foram elucidativos sobre as enormes dificuldades estruturais do Exército, que se estendem aos outros dois ramos e, ao que parece, os ministros da Defesa Nacional de diversos governos têm varrido para debaixo do tapete.

A manta é curta e, ao contrário do que procuram fazer crer ministros e chefes militares, as Forças Armadas e o Exército não dispõem de meios financeiros e humanos para, por um lado, cumprirem a sua principal missão, a defesa do território nacional e, por outro, envolverem-se em missões multinacionais da forma quantitativa e qualitativa, como têm feito, e participarem na linha da frente da protecção civil.

Ficou claro nestas audições que as condições precárias de segurança dos paióis de Tancos eram do conhecimento dos responsáveis do Exército. A verdade é que não houve nem há dinheiro suficiente para responder às exjgências funcionais do Exército. Isto, para além de opções duvidosas de gestão, no plano político e militar.

Entre os exemplos está a opção do ministro da Defesa do governo anterior, Aguiar Branco, ao impor o gasto de cerca de 2 milhões de euros na extinção do Instituto de Odivelas, para depois não ter dinheiro para modernizar os alojamentos nas unidades militares e criar as condições mínimas de habitabilidade para os militares, contribuindo desta forma para amplificar as dificuldades de recrutamento.

Não havendo dinheiro, aumenta a exigência de rigor e realismo na gestão do dispositivo e do sistema de forças e nas opções a fazer, adaptando-os à realidade económica-financeira do País e às suas reais necessidades.

As audições vão continuar e na próxima quinta-feira será a vez das associações profissionais de militares, que serão ouvidas por iniciativa do BE mas num formato mais reduzido.  

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