Na missiva enviada a Paulo Rangel, o grupo parlamentar comunista alerta que a empresa pública Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM) «estará a proceder à produção de dois milhões de moedas, ainda durante o ano de 2025, para o Estado de Israel». Não bastasse, está «igualmente perspectivada a visita oficial de uma delegação do Governo israelita à INCM para assinalar a cunhagem das primeiras moedas».
Num contexto em que Israel leva a cabo um genocídio na Faixa de Gaza, acções como esta levantam, para o PCP, «sérias preocupações sobre a posição do Estado português face às violações de direitos do povo palestiniano». Por outro lado, tendo em conta que Portugal reconheceu recentemente o Estado da Palestina, «deve agir de forma consequente em defesa das resoluções» da Organização das Nações Unidas (ONU) e do direito internacional». Nesse sentido, acrescentam os comunistas, as relações entre o Governo português e o Governo israelita «não devem consubstanciar uma forma de cumplicidade com a continuada agressão e violação dos direitos nacionais do povo palestiniano por parte de Israel».
O PCP pergunta assim ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, se tem conhecimento da alegada produção de moedas destinada ao Estado de Israel e se não considera que, tanto a produção de dois milhões de moedas israelitas por parte de uma empresa pública portuguesa, assim como a visita de uma delegação do Governo israelita a essa mesma empresa no quadro desse propósito, «constituem sinais inadequados por parte do Estado português face à insistência de Israel na sua política de ocupação e agressão contra o povo palestiniano?».
O partido quer saber ainda que medidas está o Governo a tomar para «pressionar Israel a respeitar e cumprir os direitos nacionais do povo palestiniano, conforme determinam inúmeras resoluções da ONU», lembrando que, em resultado do genocídio levado a cabo por Israel, se aponta para várias centenas de milhares de palestinianos mortos e feridos, dos quais muitas dezenas de milhares são crianças.
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