Durante a madrugada de hoje, 14 de Novembro, seis estudantes foram detidos por participarem num protesto pelo fim do uso de combustíveis fósseis. O objectivo era passar a noite dentro das instalações da Faculdade Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) mas por volta da 1h da manhã a direcção «viu-se obrigada a recorrer às autoridades competentes para garantir o adequado encerramento das instalações».
«As tentativas de diálogo com os estudantes foram ignoradas», tenta explicar o comunicado da direcção da FCSH-UNL, actualmente liderada por Luís Baptista. Por esse motivo não foi dada «permissão para a permanência nas instalações de quem, para tal, não tem autorização prévia», tendo a polícia sido autorizada a efectuar detenções no interior da faculdade.
Esta situação, considera a Associação de Estudantes da FCSH-UNL (AEFCSH), é especialmente preocupante «em função do precedente que abre para o futuro». «Já não é a primeira vez que, face a um momento de luta, a direcção da faculdade ou a reitoria acciona um forte dispositivo policial».
Os crescentes ataques ao direito ao acesso à faculdade e ao seu espaço desaguam, «não só em momentos como o desta madrugada» como também na persistente «retirada de faixas, cartazes e autocolantes», que se consubstanciam num crescente constrangimento à realização de acções de luta na FCSH-UNL.
Aproximando-se os 50 anos do 25 Abril, uma semana depois da inauguração de um novo mural em homenagem ao Capitão Salgueiro Maia nas paredes da faculdade, a AEFCSH defende que «a questão seja rapidamente resolvida e sanada sem que a direcção da FCSH accione nenhuma queixa contra estes jovens, em nome do direito à participação e da defesa do direito à faculdade». Ao contrário das práticas repressivas da direcção, a FCSH tem de ser «um espaço de liberdade».
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