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«Ao BCE exige-se a redução dos juros, ao Governo o controlo do crédito habitação»

Quem o exige é o movimento Porta a Porta numa tomada de posição antes da reunião do Conselho do BCE que se realizará amanhã com a finalidade de rever a política económica e monetária do banco central. 

Manifestantes participam na concentração contra o programa do Governo «Mais Habitação» e a constante subida das taxas de juro, por parte do BCE, organizada pelo Porta a Porta – Casa para Todos, Movimento pelo Direito à Habitação, frente ao Ministério da Habitação. Esta quinta-feira, a instituição liderada por Christine Lagarde confirmou nova subida da taxa de juro, para 4,25%, agravando ainda mais as dificuldades de quem tem empréstimo à habitação. Lisboa, 27 de Julho de 2023  
CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

Amanhã, quinta-feira, dia 14 de Setembro, o Conselho do BCE irá reunir com o objectivo de rever a política económica e monetária do banco central,ou seja, decidir sobre o futuro das taxas de juro na zona Euro. Significa isto que já se sabe que amanhã as taxas de juro irão aumentar mais uma vez e, por sua vez, as prestações do crédito à habitação também irão aumentar.

A política de subida de juros, iniciada em Julho de 2022, conta já com 9 aumentos consecutivos, tendo assim as taxas de juro subido até ao valor de 4,25%. Na nota do movimento Porta a Porta, pode-se ler que «estas subidas estrangularam financeiramente a esmagadora maioria dos titulares de crédito habitação do nosso país». 

Para o movimento muitas são as famílias que já necessitam já de uma segunda renegociação do crédito, já que quase todos os créditos indexados a taxas variáveis duplicaram o seu valor, num pico de subida que está longe de atingir o seu potencial, o que fará com que as condições de vida das famílias se continuem a agravar brutalmente.

Neste contexto de estrangulamento, são necessárias medidas e o Porta a Porta exige que o BCE inverta rapidamente o ciclo de subida de juros e inicie a descida das mesmas. No entanto, o movimento não se fica pela estrutura europeia e exige igualmente ao Governo que tome as medidas de emergência de forma a garantir que nenhuma família pague mais que 35% dos seus rendimentos líquidos mensais na sua prestação de crédito habitação à banca. 

Na nota enviada, o Porta a Porta diz que as medidas exigidas «são as necessárias para travar um profundíssimo problema social, a destruturação da sociedade tal como a conhecemos, a ruptura social». Segundo os mesmos, «os problemas que hoje vivemos atingem desde os mais desfavorecidos e vulneráveis até à classe média, tal é o impacto da política monetária do BCE, quer nos lucros da banca e dos fundos imobiliários, quer na pauperização daqueles que vivendo e trabalhando em Portugal tem que entregar todo o seu salário para suportar as despesas com habitação».

A par das manifestações que estão marcadas para dia 30 de Setembro em vários pontos do país, o Porta a Porta realizará também amanhã uma acção de protesto e sátira em frente ao Banco de Portugal em Braga a partir das 8 horas da manhã.
 

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