No passado dia 10 de Junho, Adérito Lopes foi agredido por um grupo de neonazis, em Lisboa, quando entrava no Teatro Cinearte para se preparar para o espetáculo Amor é fogo que arde sem se ver, de homenagem a Camões. No grupo que provocou os desacatos estava João Martins, neonazi condenado pelo assassinato de Alcindo Monteiro.
O caso está neste momento a ser investigado pelo Ministério Público e um dos membros do grupo já confessou ter agredido Adérito Lopes, embora negue ligações a movimentos neonazis ou semelhantes, apesar de ter estado o dia inteiro a participar em iniciativas de grupos do tipo.
Hoje, na Assembleia da República, na Comissão de Assuntos Constitucionais, foi a votos um texto síntese de projectos do PAN, Livre, Bloco e PCP de condenação pelo ataque. Enquanto que PSD, PS, PCP, Livre e Bloco de Esquerda votaram a favor do texto, Chega, IL e CDS-PP optaram por se abster, dando justificações que levantam o véu para simpatias com grupos criminosos de extrema-direita.
Pelo CDS-PP, João Almeida, disse condenar as agressões contra elementos da companhia de teatro, mas que não podia «acompanhar as adjetivações» presentes no texto, como «extrema-direita ou fascistas» para caracterizar os agressores, mesmo sabendo que todos os indícios apontam para um grupo neonazi.
Já pelo Chega, Madalena Cordeiro, a jovem deputada que ficou conhecida por dizer que uma das conquistas de Abril foi a «liberdade de coacção» que, segundo, a mesma «é a liberdade das pessoas terem a possibilidade de fazerem o que querem e o que não quiserem», criticou que o Parlamento «nada vote quando deputados do Chega são agredidos». A jovem de estimação de Rita Matias, por este motivo, não quis condenar neonazis.
Já o PSD, António Rodrigues, seguindo a retórica de Carlos Moedas, apesar de ter votado a favor do texto, voltou a insistir na falsa equivalência entre «extrema-esquerda» e extrema-direita, procurando, desta forma, reescrever a história e ilibar movimentos fascistas.
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