|Loures

Ricardo Leão «usou a televisão para mentir», critica Vida Justa

O presidente da Câmara Municipal de Loures insinuou esta terça-feira que o Vida Justa é uma rede criminosa. Movimento acusa eleito de tentar «criminalizar» a participação cívica e silenciar reivindicações.

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Foi na chamada «cimeira da Grande Lisboa», para a qual a SIC Notícias convidou apenas os presidentes de câmara de Lisboa, Loures, Sintra, Oeiras, Cascais e Almada, que Ricardo Leão, confrontado com as demolições no Bairro do Talude, acusou o Vida Justa de «prejudicar as pessoas» do Talude, «proibindo-as de falarem» com os técnicos da autarquia. Em reacção, o movimento acusa o autarca de «mentir» e de tentar «desacreditar» as suas vozes.  

O presidente da Câmara Municipal de Loures «usou a televisão para mentir sobre o movimento Vida Justa e sobre os apoios dados pela Câmara Municipal aos moradores do Talude», afirma aquela entidade num comunicado publicado nas redes sociais. E «foi mais longe: insinuou que a Vida Justa é uma rede criminosa, numa tentativa vergonhosa de criminalizar a participação cívica e política de quem luta por justiça», acrescenta a nota.

Para o movimento Vida Justa, ao tentar «colar um movimento social à criminalidade», Ricardo Leão «está a usar uma estratégia perigosa: desacreditar e reprimir a organização popular, como se fosse crime participar na vida política e reivindicar direitos».      

«Não aceitaremos esta tentativa de silenciamento», afirmam os activistas, sublinhando que não são nem nunca foram «uma rede criminosa», mas apenas um grupo de pais, mães, jovens e idosos organizados para «garantir dignidade» às suas famílias.    

O presidente da Câmara Municipal de Loures revelou esta terça-feira à noite que apresentou uma queixa-crime ao Ministério Público (MP) denunciando uma «teia criminosa» de «comercialização de barracas» no bairro do Talude Militar. Questionado pelos jornalistas da SIC Notícias sobre que «teia criminosa» é essa, Ricardo Leão adiantou: «É uma só pessoa, que está identificada, que tem lá uma barraca também.» Entretanto, o Vida Justa fez saber que desconhece a existência de barracas à venda naquele território. 

Recorde-se que os moradores do Talude Militar, famílias que trabalham, mas não conseguem suportar os preços da habitação, foram notificados às 19h de sexta-feira, 11 de Julho, para o iminente despejo e destruição das construções que tinham como casa. Na noite de segunda-feira, 14 de Julho, foi publicado um despacho do Tribunal Administrativo de Lisboa a proibir qualquer demolição no Bairro do Talude, mas a autarquia do PS fez saber que iria contestar a decisão judicial.  

Com agência Lusa

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