Numa iniciativa que visa defender o Hospital Geral dos Covões e exigir a reabertura do seu serviço de Urgência, a população coimbrã sairá à rua. A acção de luta é organizada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) que apela à participação de utentes e profissionais de saúde na defesa de um «Serviço Nacional de Saúde de Proximidade».
A concentração está marcada para as 16 horas na Ponte de Santa Clara, com a manifestação a terminar em frente à Câmara Municipal de Coimbra. Em comunicado, os promotores do protesto acusam «os diferentes protagonistas políticos» e as sucessivas administrações hospitalares de terem como alvo «a abater» o Hospital dos Covões.
Para o SEP existe um «gradual e paulatino desmantelamento de serviços clínicos» através do encerramento de especialidades e da transferência de profissionais para outras unidades, nomeadamente para os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).
Um dos pontos mais críticos é o encerramento da Urgência. De acordo com a estrutura sindical, a referenciação de doentes para a unidade através do INEM e da linha Saúde 24 «deixou de se efectuar», tendo as corporações de bombeiros recebido indicação para não levar doentes ao Hospital dos Covões.
A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra anunciou recentemente a «requalificação» da urgência para um Centro de Atendimento Clínico (CAC). No entanto, o SEP considera esta medida «tapando o sol com a peneira», acusando a direcção de desrespeito absoluto pelos profissionais. Estes foram, supostamente, informados de forma contraditória e abrupta sobre o encerramento e a sua relocalização para outros locais de trabalho, causando «desgaste e perda de sentido de pertença à instituição».
A organização questiona a lógica de desviar doentes para CACs em Cantanhede, Avelar ou Oliveira do Hospital, quando a Urgência dos Covões, enquanto «Hospital Central», estaria equipada para atender «situações de verdadeiras urgências». Para sustentar a sua preocupação, citam a sobrelotação na urgência dos HUC, onde na semana passada «estavam mais do dobro da capacidade instalada» na ala de doentes classificados como «muito urgentes».
O protesto de amanhã, 14 de Novembro nasce, assim, da necessidade de contestar publicamente o que é visto como o desmantelamento deliberado de um serviço público de saúde essencial e de exigir respostas concretas para a população.
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