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|25 de Novembro

PSD/CDS usa Câmara Municipal de Lisboa para alimentar a mentira do 25 de Novembro

Durante a campanha, Carlos Moedas prometeu «Novos Tempos» e, até ver, está a cumprir. Abriu-se o campo, na CML, para os novos tempos da mentira, deturpação e da pós-verdade sobre o 25 de Novembro. Sempre, claro, ao arrepio da democracia.
 

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

Foi uma imposição pessoal mas é, simultaneamente, o estrito cumprimento de uma agenda reaccionária que procura a reescrita da História. Não houve sequer uma maioria de vereadores que tenham aprovado tais comemorações (o voto de condenação pelo anúncio das comemorações do 25 de Novembro em Lisboa, proposto pelo PCP, contou com o apoio da maioria dos vereadores eleitos na cidade, do PS, BE, PCP, Cidadãos por Lisboa e Livre). No momento do debate, como é já apanágio, Carlos Moedas fugiu a uma discussão que é para si incómoda: sabe que defende falsidades.

O 25 de Novembro, pela primeira vez na história, está a ser assinalado oficialmente pela Câmara Municipal de Lisboa (CML). Revelador de vontades, revelador de quem está de bem com Abril, estas comemorações foram impostas contra a vontade expressa dos representantes eleitos da maioria da população de Lisboa. 

Carlos Moedas, o PSD e o CDS quiseram criar artificialmente uma narrativa, não olharam a meios e fizeram uso do erário público para o seu capricho ideológico, alimentando as guerras culturais de uma direita destituída de projecto político. A caricatura faz-se com a própria imagem oficial que dá corpo às «celebrações». No próprio cartaz que usam para anunciar a iniciativa, usam uma fotografia de um momento do PREC, para vender a ideia que as massas saíram à rua no dia que passa, e sempre passou, ao lado da população portuguesa. É uma data que só tem significado para quem nunca quis Abril.

A questão vai mais longe. Na reunião camarária onde se discutiu, entre outros variados assuntos, a toponímia de um arruamento para assinalar a data, a coligação Novos Tempos só contou com o apoio PAN, IL, MPT, PPM, Aliança e Chega. Opondo-se estiveram o PCP, PEV, BE, PS e Livre.

Ignorando a falta de unanimidade, ou até maioria, mantendo a atitude do «quero, posso e mando», a coligação PSD/CDS-PP, embuída de um espírito de revisionismo sem qualquer base histórica ou factual, organizará uma conferência intitulada «Democracia e Liberdade: Cumprir Abril em Novembro».

Tal conferência contará com a presença de figuras como: José Miguel Júdice, vendido como «analista político», mas também conhecido por ter sido um dos fundadores da rede bombista e fascista MDLP, responsável por vários assassinatos políticos antes e depois do 25 de Novembro; Álvaro Beleza, presidente da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, fundada em 1970, durante o fascismo; e Helena Matos que irá na qualidade de «Rádio Observador», parte do projecto de comunicação social financiado pelo grande capital reaccionário, que, todos os anos, assume o enorme prejuízo do Observador. Tudo gente de Abril, portanto.

Todo o certame de revisionismo histórico alastra-se ainda às escolas. Os mesmo que se queixam de «doutrinação» e do «marxismo cultural», não olham a meios, recorrendo, a Câmara Municipal de Lisboa, ao estabelecer de uma parceria com o think-tank «+Liberdade», uma associação criada com o puro objectivo de ampliar a difusão de conteúdos reaccionários, muitas vezes com dados enviesados, ao serviço dos grandes interesses que a financiam. A parceria passa por colocar uma exposição alusiva ao 25 de Novembro nos estabelecimentos de ensino, recorrendo a velhos mitos contra-revolucionários com nenhuma adesão à realidade.

Não podendo ganhar a discussão através de ideias, Moedas e a sua trupe tenta poluir o espaço público (e educativo) através da mentira, insinuação e deturpação, promovendo uma releitura falsa da história portuguesa. Falhará o seu objectivo. A história não é deles pois não são eles que a fazem.

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