A denúncia partiu dos vereadores da CDU na Câmara Municipal do Barreiro (CMB), que, em comunicado, acusam o Partido Socialista de ter abdicado de avançar com qualquer investimento central estruturante durante o próximo ano, atrasando obras essenciais à vida das populações do concelho.
«O reforço de barcos da Soflusa, a ponte rodoviária Barreiro – Seixal, o Metro Sul do Tejo e a necessária intervenção nos areais das praias» são apenas alguns dos exemplos de investimentos e infra-estruturas há muito tempo prioritários para o concelho.
O imóvel, que tinha sido recuperado para a esfera pública em 2016 pela Câmara Municipal de gestão CDU, está agora em risco de voltar para mãos de privados com as recentes decisões dos órgãos municipais. A votação da proposta foi viabilizada na Assembleia Municipal no passado dia 27 de Novembro com 15 votos do PS e do Movimento de Cidadãos Independentes, duas abstenções do PSD, e com 14 votos contra da CDU, BE, PAN e de um eleito do PSD. A decisão de se alienar a quinta já tinha passado em reunião de Câmara, mas apenas com o voto de qualidade do presidente da autarquia. O PCP já veio alertar, em comunicado, que este negócio não tem como objectivo a «requalificação daquele território», mas tão-só a «venda com tímidas compensações». Os comunistas entendem que a venda «apresenta muitas dúvidas, pela forma como o caderno de encargos está constituído ao nível jurídico e de falta de garantias e responsabilidades dos eventuais compradores». O processo está rodeado de «fragilidades», conhecidas que são «notícias que puseram em causa parte dos documentos apresentados», denuncia ainda o PCP. No mesmo documento, os comunistas recordam que este processo contraria o trabalho feito anteriormente pela gestão CDU na autarquia: «Com vista à retirada [da Quinta do Braancamp] do mercado imobiliário especulativo e a sua devolução aos barreirenses, a quinta foi adquirida em 2016», uma aquisição que foi feita após «deliberação unânime da Câmara Municipal e apenas três abstenções na Assembleia Municipal». O objectivo, à data, era o de valorizar as frentes ribeirinhas, estando projectada também a «requalificação dos moinhos e da zona de Alburrica, a construção dos passadiços, a ligação contínua com o Polis e, também, a construção de uma ponte pedonal entre o Barreiro e o Seixal». A vontade dos barreirenses não está a ser tida em conta no negócio da venda da Quinta do Braancamp, tendo já sido entregue, por um movimento cívico de cidadãos, um abaixo-assinado com mais de 2000 assinaturas que rejeita a iniciativa. Também já foi entregue uma carta aberta, subscrita por mais de 50 cidadãos do munícipio que se opõem à venda. Os comunistas querem continuar «a lutar para que a Quinta fique na esfera pública» e, assim, pretendem utilizar todos os meios ao seu dispor para reverter esta decisão e apelam à luta da população, por ser «o factor determinante» para impedir a venda. Nesse sentido, o PCP promove já no próximo dia 6 de Dezembro, pelas 21h, na Cooperativa Cultural Popular Barreirense, uma reunião pública sobre o tema. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Autarquia do Barreiro quer reprivatizar a Quinta do Braancamp
É preciso ouvir as populações
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Na reunião de câmara de 3 de Junho, os vereadores da CDU expressaram «o seu desagrado e inquietação» face ao anúncio do Governo relativo ao quadro dos grandes investimentos plurianuais estruturantes para o ano de 2023.
Não só para o Barreiro, estas deviam ser «prioridades» para todo o distrito, afirma a CDU, lamentando que os vereadores do PS não tenham tido «uma única palavra» a dizer sobre um assunto que afecta estruturalmente um concelho gerido pelo PS desde 2017.
O chumbo da iniciativa legislativa que pretendia a valorização e criação de carreiras na Função Pública, inviabilizada pelo PS, não vai permitir «que os trabalhadores da autarquia do Barreiro tenham uma carreira em conformidade com a sua real actividade profissional», como é o caso dos motoristas dos Transportes Colectivos do Barreiro.
Esta decisão representa outro agravo do PS ao município, rementendo os vereadores do Partido Socialista a um silêncio cúmplice.
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