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O Barreiro ainda vai ter de esperar pelo investimento estruturante de que necessita

Nem reforço dos barcos da Soflusa, nem ponte rodoviária para o Seixal ou Metro Sul do Tejo, o Barreiro está fora dos grandes investimentos plurianuais estruturantes definidos pelo Governo para 2023.

Barreiro 
Créditos / OSetubalense

A denúncia partiu dos vereadores da CDU na Câmara Municipal do Barreiro (CMB), que, em comunicado, acusam o Partido Socialista de ter abdicado de avançar com qualquer investimento central estruturante durante o próximo ano, atrasando obras essenciais à vida das populações do concelho.

«O reforço de barcos da Soflusa, a ponte rodoviária Barreiro – Seixal, o Metro Sul do Tejo e a necessária intervenção nos areais das praias» são apenas alguns dos exemplos de investimentos e infra-estruturas há muito tempo prioritários para o concelho.

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Autarquia do Barreiro quer reprivatizar a Quinta do Braancamp

O imóvel, que tinha sido recuperado para a esfera pública em 2016 pela Câmara Municipal de gestão CDU, está agora em risco de voltar para mãos de privados com as recentes decisões dos órgãos municipais.

Quinta do Braancamp, Barreiro
Créditos / diariodaregiao.pt

A votação da proposta foi viabilizada na Assembleia Municipal no passado dia 27 de Novembro com 15 votos do PS e do Movimento de Cidadãos Independentes, duas abstenções do PSD, e com 14 votos contra da CDU, BE, PAN e de um eleito do PSD. A decisão de se alienar a quinta já tinha passado em reunião de Câmara, mas apenas com o voto de qualidade do presidente da autarquia.

O PCP já veio alertar, em comunicado, que este negócio não tem como objectivo a «requalificação daquele território», mas tão-só a «venda com tímidas compensações». Os comunistas entendem que a venda «apresenta muitas dúvidas, pela forma como o caderno de encargos está constituído ao nível jurídico e de falta de garantias e responsabilidades dos eventuais compradores».

O processo está rodeado de «fragilidades», conhecidas que são «notícias que puseram em causa parte dos documentos apresentados», denuncia ainda o PCP.

No mesmo documento, os comunistas recordam que este processo contraria o trabalho feito anteriormente pela gestão CDU na autarquia: «Com vista à retirada [da Quinta do Braancamp] do mercado imobiliário especulativo e a sua devolução aos barreirenses, a quinta foi adquirida em 2016», uma aquisição que foi feita após «deliberação unânime da Câmara Municipal e apenas três abstenções na Assembleia Municipal».

O objectivo, à data, era o de valorizar as frentes ribeirinhas, estando projectada também a «requalificação dos moinhos e da zona de Alburrica, a construção dos passadiços, a ligação contínua com o Polis e, também, a construção de uma ponte pedonal entre o Barreiro e o Seixal».

É preciso ouvir as populações

A vontade dos barreirenses não está a ser tida em conta no negócio da venda da Quinta do Braancamp, tendo já sido entregue, por um movimento cívico de cidadãos, um abaixo-assinado com mais de 2000 assinaturas que rejeita a iniciativa.

Também já foi entregue uma carta aberta, subscrita por mais de 50 cidadãos do munícipio que se opõem à venda.

Os comunistas querem continuar «a lutar para que a Quinta fique na esfera pública» e, assim, pretendem utilizar todos os meios ao seu dispor para reverter esta decisão e apelam à luta da população, por ser «o factor determinante» para impedir a venda. Nesse sentido, o PCP promove já no próximo dia 6 de Dezembro, pelas 21h, na Cooperativa Cultural Popular Barreirense, uma reunião pública sobre o tema.

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Na reunião de câmara de 3 de Junho, os vereadores da CDU expressaram «o seu desagrado e inquietação» face ao anúncio do Governo relativo ao quadro dos grandes investimentos plurianuais estruturantes para o ano de 2023.

Não só para o Barreiro, estas deviam ser «prioridades» para todo o distrito, afirma a CDU, lamentando que os vereadores do PS não tenham tido «uma única palavra» a dizer sobre um assunto que afecta estruturalmente um concelho gerido pelo PS desde 2017.

O chumbo da iniciativa legislativa que pretendia a valorização e criação de carreiras na Função Pública, inviabilizada pelo PS, não vai permitir «que os trabalhadores da autarquia do Barreiro tenham uma carreira em conformidade com a sua real actividade profissional», como é o caso dos motoristas dos Transportes Colectivos do Barreiro.

Esta decisão representa outro agravo do PS ao município, rementendo os vereadores do Partido Socialista a um silêncio cúmplice.

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