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|Música

M(P)orto: Executivo de Rui Moreira procura matar a cultura

Por ordem do executivo liderado por Rui Moreira, a Câmara Municipal do Porto despejou cerca de 500 músicos do já mítico centro comercial STOP. A acção teve intervenção policial, mas quem resiste, espera vencer.

CréditosJosé Coelho / Lusa

Foi no início do dia de ontem que os mais de 500 músicos que faziam base artística no centro comercial STOP, na Rua do Heroísmo, do Porto, foram surpreendidos pela polícia que, por ordem da Câmara Municipal, decidiu encerrar as lojas que albergavam a sua criação cultural. O centro comercial STOP funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.

A ameaça de encerramento do espaço, no entanto, não era nova e já se sabia das intenções do executivo camarário portuense apoiado por PSD e Iniciativa Liberal. Em conferência de imprensa realizada hoje, Rui Moreira, presidente da Câmara, justificou que o despejo dos músicos deve-se à «falta de licenciamento» do espaço, havendo risco de segurança. O mesmo chegou a afirmar que «a qualquer momento podia morrer lá alguém».

Hoje também a CDU em comunicado condenou «veementemente esta acção do Executivo de Rui Moreira» e recordou que «outro rumo era possível». No texto que se encontra no site da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP é dito que tudo isto seria evitável se o Executivo de Rui Moreira «tivesse aprovado a proposta apresentada pela CDU em Novembro de 2022 “Assegurar o FUTURO dos Músicos do STOP”». 

A proposta mencionada visava encontrar uma «solução estável para o STOP, para assegurar a atividade de centenas de pessoas, na sua maioria músicos, que ali trabalham (ensaios, produção, gravações, preparação de espetáculos, etc.)» no seus três pontos defendia que houvesse a «tomada de posse administrativa do STOP por parte da Câmara Municipal do Porto e/ou Ministério da Cultura, para garantir a realização de obras mínimas, visando melhorar as condições de segurança e conforto»; a realização de obras «por piso, assegurando, se necessário, um local alternativo temporário, para que possa continuar a percentagem de atividades afetadas pelas obras»; e a necessidade de se «encontrar uma solução de gestão para o STOP que inclua os representantes dos músicos e que garanta as condições atuais de alojamento, designadamente as rendas».

Face à acção do Câmara Municipal do Porto, várias foram as centenas de pessoas que se solidarizaram com os artistas do STOP, incluindo personalidades com grande visibilidade pública. Nesse sentido, havendo apoio popular para a manutenção do STOP e o reconhecimento do mesmo para cidade do Porto como para o panorama cultural português, ontem, em poucas horas, foi organizada uma concentração em frente ao edificio entretanto fechado. 

Com cartazes alusivos à linha gráfica que a Câmara Municipal utiliza para comercializar a cidade, os manifestantes fizeram-se ouvir e muitos consideram que o acontecimento em causa é o reflexo da linha política que está a ser colocada em prática. Para muitos dos manifestantes, Rui Moreira, o seu Executivo e quem o apoia fizeram uma opção que passa por vender a cidade ao turismo e especulação imobiliária, matando por completo a essência da histórica cidade portuense. 

Não deixa de ser revelador que ao mesmo tempo que o Executivo de Rui Moreira rejeita propostas que têm o objectivo de financiar o salvamento de um baluarte cultural como o centro comercial STOP, adjudica 650 mil euros públicos para o festival Primavera Sound. Talvez fique assim esclarecida a visão cultural que os liberais têm para a cultura. 

 

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