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Estudantes no Barreiro unidos por mais «condições materiais»

Uma manifestação realizada esta quinta-feira juntou centenas de estudantes do ensino secundário da cidade, que exigiram ao Governo mais financiamento para a Escola Pública.

Centenas de estudantes de várias escolas do Barreiro concentram-se em frente à Câmara Municipal, no dia 13 de Maio de 2021, para exigir mais financiamento para a Educação e melhores condições para estudar
CréditosFrancisco Martins / AbrilAbril

Perto de 200 estudantes do Barreiro aderiram ao mote do Movimento Por Mais Condições Nas Escolas de Setúbal, que junta estudantes de várias localidades da região para reivindicar o direito a estudar com condições dignas.

Entre as palavras de ordem ouviu-se «Governo escuta, estudantes estão em luta», «mais, mais, mais condiçoes materiais» ou ainda «para os bancos vão milhões, para as escolas só tostões».

Maria Santos, estudante do 10.° ano da Escola Secundária (ES) Casquilhos, explica ao AbrilAbril que estiveram em luta estudantes de várias escolas (ES Casquilhos, ES Santo André, ES Alfredo da Silva, ES Augusto Cabrita e Escola Básica Quinta Nova da Telha), para exigir mais condições materiais e obras urgentes.

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«Pandemia veio agravar» os problemas já existentes na Escola Pública

Estão em curso diversas acções de luta em escolas de Almada, Barreiro, Seixal e Setúbal para denunciar as «consequências graves» nas condições para estudar decorrentes da falta de financiamento na Educação.

Concentração de estudantes na Escola Secundária D. João II, em Setúbal, a exigir mais financiamento para a Escola Pública
CréditosMariana Raminhos / AbrilAbril

Os estudantes de várias escolas do ensino secundário organizaram-se em torno do Movimento Por Mais Condições Nas Escolas de Setúbal para, através de vários protestos, «denunciar a falta de investimento do actual Governo que coloca consequências graves nas condições humanas e materiais para estudar», explicam em comunicado.

Para estes estudantes do ensino secundário, muitos dos problemas que vivem já existem há muito e foram «acentuados» com a pandemia. Neste sentido, realizaram-se esta quarta-feira duas concentrações, uma junto à Escola Secundária (ES) Cacilhas –Tejo, em Almada, e outra em frente à ES D. João II, em Setúbal, com a participação de largas dezenas de estudantes.

Amanhã realiza-se uma manifestação que junta estudantes de várias escolas do concelho do Barreiro e que rumará até à Câmara Municipal. E no dia seguinte está agendada uma concentração em frente à ES Manuel Cargaleiro, no Seixal.

Entre as reivindicações estão a gratuitidade dos materiais escolares e os organizadores dos protestos asseguram que lutam com respeito pelas medidas de segurança. E não hesitam em apontar como responsáveis pela actual situação «os sucessivos governos» que não têm dotado o ensino público do financiamento necessário para resolver «os problemas das escolas da região de Setúbal».

Entre os problemas que registam estão o número elevado de alunos por turma, a falta de condições de higienização nas salas de aula e exige-se a retirada imediata dos telhados de amianto nas escolas do Barreiro, a ES Manuel Cargaleiro e a ES Augusto Cabrita, lembrando que a Direcção-Geral da Saúde diz que «a exposição ao amianto pode causar as seguintes doenças: asbestose, mesotelioma, cancro do pulmão e ainda cancro gastrointestinal».

Também se reivindica a urgente realização de obras na ES Alfredo da Silva (Barreiro) e na ES Casquilhos (Almada), sendo que esta última «nem pavilhão polidesportivo tem». Aponta-se ainda que é preciso repor o bom funcionamento de vários serviços nas escolas cujo horário tem estado «reduzido», como acontece na ES Alfredo da Silva e na ES D. João II (Setúbal). Denunciam os estudantes que «há escolas sem balneários abertos e sem acesso às aulas de educação física quando o tempo é chuvoso».

Para estes alunos, a luta é uma «responsabilidade», porque entendem que «não podemos calar quando diariamente assistimos a estas injustiças».

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No caso da sua escola, a ES Casquilhos, nem sequer existe pavilhão desportivo, uma das reivindicações presentes no protesto estudantil.

Neste sentido, os alunos de diferentes vias de ensino marcaram presença por uma reivindicação que os une: mais financiamento para a Escola Pública.

E por isso, o balanço que se faz desta acção de luta é «positivo», segundo Diogo Martins, estudante do 12°. ano da ES Santo André, que refere que foi possível «unir as escolas do Barreiro» pelas reivindicações presentes do Movimento, designadamente na exigência de obras e mais funcionários, o que leva à reivindicação central: mais investimento na Educação.

Este protesto realiza-se no âmbito de várias acções de luta convocadas para esta semana em escolas de Almada, Barreiro, Seixal e Setúbal pelo Movimento Por Mais Condições Nas Escolas de Setúbal para denunciar que muitos dos problemas que se vivem já existiam há muito e foram «acentuados» com a pandemia.

Para amanhã está agendada uma concentração em frente à ES Manuel Cargaleiro, no Seixal.

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