Perto de 200 estudantes do Barreiro aderiram ao mote do Movimento Por Mais Condições Nas Escolas de Setúbal, que junta estudantes de várias localidades da região para reivindicar o direito a estudar com condições dignas.
Entre as palavras de ordem ouviu-se «Governo escuta, estudantes estão em luta», «mais, mais, mais condiçoes materiais» ou ainda «para os bancos vão milhões, para as escolas só tostões».
Maria Santos, estudante do 10.° ano da Escola Secundária (ES) Casquilhos, explica ao AbrilAbril que estiveram em luta estudantes de várias escolas (ES Casquilhos, ES Santo André, ES Alfredo da Silva, ES Augusto Cabrita e Escola Básica Quinta Nova da Telha), para exigir mais condições materiais e obras urgentes.
Estão em curso diversas acções de luta em escolas de Almada, Barreiro, Seixal e Setúbal para denunciar as «consequências graves» nas condições para estudar decorrentes da falta de financiamento na Educação. Os estudantes de várias escolas do ensino secundário organizaram-se em torno do Movimento Por Mais Condições Nas Escolas de Setúbal para, através de vários protestos, «denunciar a falta de investimento do actual Governo que coloca consequências graves nas condições humanas e materiais para estudar», explicam em comunicado. Para estes estudantes do ensino secundário, muitos dos problemas que vivem já existem há muito e foram «acentuados» com a pandemia. Neste sentido, realizaram-se esta quarta-feira duas concentrações, uma junto à Escola Secundária (ES) Cacilhas –Tejo, em Almada, e outra em frente à ES D. João II, em Setúbal, com a participação de largas dezenas de estudantes. Amanhã realiza-se uma manifestação que junta estudantes de várias escolas do concelho do Barreiro e que rumará até à Câmara Municipal. E no dia seguinte está agendada uma concentração em frente à ES Manuel Cargaleiro, no Seixal. Entre as reivindicações estão a gratuitidade dos materiais escolares e os organizadores dos protestos asseguram que lutam com respeito pelas medidas de segurança. E não hesitam em apontar como responsáveis pela actual situação «os sucessivos governos» que não têm dotado o ensino público do financiamento necessário para resolver «os problemas das escolas da região de Setúbal». Entre os problemas que registam estão o número elevado de alunos por turma, a falta de condições de higienização nas salas de aula e exige-se a retirada imediata dos telhados de amianto nas escolas do Barreiro, a ES Manuel Cargaleiro e a ES Augusto Cabrita, lembrando que a Direcção-Geral da Saúde diz que «a exposição ao amianto pode causar as seguintes doenças: asbestose, mesotelioma, cancro do pulmão e ainda cancro gastrointestinal». Também se reivindica a urgente realização de obras na ES Alfredo da Silva (Barreiro) e na ES Casquilhos (Almada), sendo que esta última «nem pavilhão polidesportivo tem». Aponta-se ainda que é preciso repor o bom funcionamento de vários serviços nas escolas cujo horário tem estado «reduzido», como acontece na ES Alfredo da Silva e na ES D. João II (Setúbal). Denunciam os estudantes que «há escolas sem balneários abertos e sem acesso às aulas de educação física quando o tempo é chuvoso». Para estes alunos, a luta é uma «responsabilidade», porque entendem que «não podemos calar quando diariamente assistimos a estas injustiças». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
«Pandemia veio agravar» os problemas já existentes na Escola Pública
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No caso da sua escola, a ES Casquilhos, nem sequer existe pavilhão desportivo, uma das reivindicações presentes no protesto estudantil.
Neste sentido, os alunos de diferentes vias de ensino marcaram presença por uma reivindicação que os une: mais financiamento para a Escola Pública.
E por isso, o balanço que se faz desta acção de luta é «positivo», segundo Diogo Martins, estudante do 12°. ano da ES Santo André, que refere que foi possível «unir as escolas do Barreiro» pelas reivindicações presentes do Movimento, designadamente na exigência de obras e mais funcionários, o que leva à reivindicação central: mais investimento na Educação.
Este protesto realiza-se no âmbito de várias acções de luta convocadas para esta semana em escolas de Almada, Barreiro, Seixal e Setúbal pelo Movimento Por Mais Condições Nas Escolas de Setúbal para denunciar que muitos dos problemas que se vivem já existiam há muito e foram «acentuados» com a pandemia.
Para amanhã está agendada uma concentração em frente à ES Manuel Cargaleiro, no Seixal.
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