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Carlos Moedas, um presidente a investir contra ciclovias de vento

Meses depois de realizar a consulta pública sobre a ciclovia na Av. Almirante Reis, em Lisboa, os resultados que legitimariam a acção do actual presidente da autarquia continuam a ser desconhecidos.

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Poucas horas depois de mais uma reunião de câmara da cidade de Lisboa, presidida pelos vereadores do executivo PSD/CDS-PP, funcionários da autarquia começaram as obras para retirar a parte descendente da ciclovia da Av. Almirante Reis, na zona da Alameda.

A intenção de acabar com esta ciclovia, por parte de Carlos Moedas, antigo comissário europeu para a inovação e Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho (2011 a 2014), foi uma das principais promessas eleitorais da sua campanha autárquica. O objectivo, nessa altura, era substituir este troço por uma «alternativa viável».

A aparente falta de apoio da população a esta proposta, reiterada pelas intervenções do público nas sessões de consulta pública realizadas já este ano, que contaram com a presença de centenas de pessoas, acalmou um pouco os ímpetos do presidente da CML.

«Depois de ouvir várias opiniões e avaliar diferentes soluções, percebi que retirar totalmente a ciclovia não seria a melhor opção transitória», afirmou num vídeo publicado nas suas redes sociais a 30 de Março.

Em declarações prestadas ao AbrilAbril, Ana Jara, vereadora do PCP na Câmara Municipal de Lisboa, estranhou a decisão tomada pelo autarca do PSD, que repetidamente se tem recusado a divulgar o relatório da consulta pública: «O que é um facto é que ele [o relatório] nunca apareceu. O que é um facto é que o projecto que foi apresentado [retirar uma das vias da ciclovia] é um powerpoint, nunca foi um projecto» legítimo.

A vereadora comunista refere que, mesmo depois de ter questionado directamente o executivo sobre o assunto, continua a desconhecer se aquela proposta alguma vez foi «entregue e trabalhada pelos serviços da câmara, nomeadamente no que toca ao tráfego e rede viária, entre outras». Não se pode remover uma parte da ciclovia sem que lhe tenha sido aplicada «essa consistência», reforça.

Problema da Almirante Reis só se resolverá com um «plano urbano que englobe as questões de tráfego, espaço público e ambiente»

Aquilo a que Moedas se propõe não é diferente daquilo que já foi feito, e refeito, no anterior mandato de Fernando Medina: reformulações temporárias que pouco ou nada alteram, de substância, o fluxo de uma das principais avenidas da cidade de Lisboa. A solução, no entender da vereadora Ana Jara, não passa por continuar a mover as faixas cicláveis um pouco mais para um lado ou para o outro.

No entender do PCP, a solução «não passa por fazer a ciclovia de novo, pela terceira vez». O que a Avenida precisa «é de um projecto de requalificação consistente que resolva os problemas de mobilidade suave, acessibilidade pedonal, questões sociais, de comércio e a ampliação da estrutura verde», não só na avenida mas também das artérias envolventes, como o Jardim Constantino.

A falta de transparência da Câmara Municipal de Lisboa «não é correcta com as pessoas que participaram nas sessões, nem correcta connosco, vereadores, ao não nos permitir aceder aos dados e formular  a nossa própria reflexão». Os vereadores do PCP na CML estarão já a preparar a apresentação de uma proposta concreta sobre o assunto.

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