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Libertemo-nos da pressão

Em Portugal, o assinalar dos 60 anos do Tratado de Roma deve servir como oportunidade para reflectir acerca do caminho que a União Europeia impulsionou, bem como da possibilidade de nos libertarmos das amarras que têm conduzido o País à estagnação, à perda de soberania e a constantes pressões e ameaças.

O titular da pasta das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble
O titular da pasta das Finanças da Alemanha, Wolfgang SchäubleCréditosChristophe Petit Tesson / EPA

Os acontecimentos ocorridos a poucos dias do aniversário da assinatura do Tratado de Roma evidenciam quão errada estava a campanha que foi apregoada pelos seus signatários. Volvidos 60 anos, a Europa não só não está mais segura, como deixa muito a desejar em termos de solidariedade e de afirmação individual dos povos.

Em Portugal, o assinalar da data deve servir como oportunidade para reflectir acerca do caminho que a União Europeia impulsionou (a começar pela perda do aparelho produtivo), bem como da possibilidade de nos libertarmos das amarras que têm conduzido o País à estagnação, à perda de soberania e a constantes pressões e ameaças.

Na semana passada, o Sr. Schäuble, do alto do seu cargo de ministro das Finanças da Alemanha, disse: «certifiquem-se de que não precisam de resgate», acrescentando que a pressão imposta pelos ditos planos de resgate «funcionou bem». Depois dele veio a chantagem do BCE sob a forma de relatório, no qual se ameaçava o País com sanções em virtude dos «desequilíbrios macroeconómicos excessivos» e por entender que, apesar das constantes «recomendações», Portugal não correspondeu em 2016 às expectativas de Bruxelas, isto apesar de António Costa invocar que o défice, «o melhor em democracia», é de 2,1%.

A ameaça de sanções por parte do BCE indignou também a Presidência da República, que aproveitou para criticar a posição de Vítor Constâncio e perguntar: «o que é que está lá a fazer?»

O facto de termos tido Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, nalguns dos piores anos que Portugal viveu depois do 25 de Abril, devia bastar para acabar com as ilusões. Afinal, não é pelo facto de termos compatriotas nas instâncias europeias que o futuro do País é mais promissor ou está melhor defendido. Na «Europa dos direitos», são os dos grandes grupos que ficam primeiro a salvo, a começar pelas multinacionais.

Mas, voltando às ameaças e pressões, convém lembrar que elas surgem com maior evidência desde que o voto dos portugueses rompeu com o caminho de pobreza, exploração e violação dos direitos que Passos e Portas tão bem trilharam.

Como Cavaco, Passos cumpriu bem o papel de «bom aluno». E é no processo que travou as políticas que conduziram tantos trabalhadores à pobreza que reside o foco da irritação das instituições europeias.

Impõe-se libertar o País da submissão e da chantagem, e romper com as «inevitabilidades» porque quem luta nem sempre alcança, mas quem não luta perde sempre.

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