A acção de protesto frente ao Senedd (Parlamento galês) foi convocada pelo Sindicato dos Serviços Públicos e Comerciais (PCS), cujos representantes na Biblioteca Nacional e no Museu do País de Gales haviam escrito a todos os deputados, alertando-os para o impacto dos cortes previstos no financiamento das instituições.
Em seu entender, a redução orçamental superior a 10% no próximo ano fiscal irá «dizimar os serviços culturais» no país.
Se o governo galês levar por diante o actual plano de cortes no sector, alertaram, tanto o Museu como a Biblioteca Nacional do País de Gales – com reduções orçamentais estimadas em 4,3 milhões de libras (acima dos cinco milhões de euros) – poderão «deixar de funcionar em pleno».
«Após uma década de subfinanciamento, o sector da Cultura no País de Gales foi particularmente atingido por cortes na proposta de orçamento», disse a secretária-geral do PCS, Fran Heathcote, sublinhando que a estrutura sindical se vai opor à destruição de postos de trabalho.
Em vez de cortes, mais verbas para a cultura
Com o corte de 1,5 milhões de libras no orçamento da Glasgow Life, que gere os museus da cidade, os sindicatos alertam que um terço dos funcionários serão despedidos e os serviços serão afectados. Convocados pelos sindicatos Unison, GMB e Unite, os trabalhadores vão protestar este sábado à entrada da GoMA – Gallery of Modern Art, para exigir à instituição Glasgow Life que não vá avante com os cortes orçamentais previstos, indica o Glasgow Times. A instituição, que é detida pelo Município de Glasgow e gere os museus e as colecções da cidade escocesa, anunciou um corte de 1,5 milhões de libras (mais de 1,7 milhões de euros) no seu orçamento só este ano. Como consequência, 37 dos 128 funcionários da instituição vão perder o posto de trabalho, algo que as organizações sindicais não aceitam. Essa discordância já ficou patente no sábado passado, numa primeira mobilização contra os cortes e despedimentos, bastante apoiada, à entrada da Burrell Collection, no Pollok Park. Brian Smith, responsável da Unison, disse aos Glasgow Times: «Os protestos estão a ganhar ritmo e temos o apoio de toda a comunidade artística e de muitas sociedades e associações amigas que apoiam os museus.» Apelou ainda à participação de todos no protesto marcado para amanhã. Para os sindicatos, estão em causa não só os postos de trabalho, mas também os próprios serviços prestados nos museus da cidade. Os cortes para arquivistas, equipas de colecções especiais, curadores, conservadores, técnicos e pessoal de fotografia, editorial e de design vão tornar os espaços obsoletos e degradados, alertaram. Por seu lado, os cortes para assistentes de divulgação e de aprendizagem arriscam «transformar um serviço dinâmico de museu em espaços de privilégio da elite», denunciam. Um representante da Glasgow Life disse que «mais de metade das vagas afectadas por estas medidas de poupança estão actualmente por preencher». Afirmou ainda que a instituição está a trabalhar de perto com os funcionários e os sindicatos para analisar o que as medidas representam para os trabalhadores individuais. Por seu lado, o Unison refere que a mobilização que tem lugar este sábado, ao meio-dia, junto ao GoMA se insere numa «campanha crescente». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Funcionários dos museus em Glasgow contra cortes e destruição de postos de trabalho
Degradação de serviços
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Ontem, os representantes dos trabalhadores instaram o governo galês a aumentar a despesa em 20% com os «seus museus e bibliotecas», em vez de apresentar uma proposta orçamental que implica menos financiamento das instituições e põe em causa entre centena e centena e meia de postos de trabalho nos próximos dois anos.
O representante do PCS na Biblioteca Nacional do País de Gales, Jeff Smith, declarou ao Morning Star a «grande preocupação» com os cortes» na instituição e questionou-se se ela «será capaz de realizar os seus serviços de forma adequada».
Smith destacou que esta proposta orçamental representa «uma ameaça real aos empregos», reafirmando que o sindicato se opõe a despedimentos e avançará para a greve se isso ocorrer.
«Os despedimentos são uma linha vermelha para o PCS[, que] votaria a favor de uma greve, se necessário», disse Smith, explicando que no actual exercício financeiro estão ali em risco 50 postos de trabalho, a que acrescem outros 25 no próximo.
A ministra galesa das Finanças, Rebecca Evans, disse em conferência de imprensa que «este foi um orçamento difícil e que esta é uma das escolhas duras que tivemos de fazer», em alusão aos cortes no sector da Cultura.
No entanto, a estrutura sindical não se mostra convencida e reafirma que, em vez de cortes, é necessário maior investimento.
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