|Galiza

Trabalhadores galegos da recolha do lixo em luta pelos direitos

Alguns parecem mais empenhados em arrancar faixas que os trabalhadores colocam para denunciar os problemas que em encontrar soluções que garantam condições de trabalho, alertou uma dirigente sindical.

Trabalhadores do Concelho de Valdoviño (na província da Corunha) no primeiro de quatro dias de greve à recolha do lixo, a 8 de Julho de 2022 
Créditos / CIG

Esta segunda-feira, os trabalhadores da recolha do lixo do Município de Valdoviño (Comarca de Ferrol) realizaram o quarto dia consecutivo de greve, para exigir à empresa concessionária, FCC Medio Ambiente, que cumpra o caderno de encargos e respeite os direitos dos trabalhadores.

Segundo revela a Confederação Intersindical Galega (CIG) no seu portal, tratou-se da última jornada de greve no calendário previamente aprovado, mas alertando que, se não houver soluções imediatas, os funcionários não põem de parte a possibilidade de realizar uma greve por tempo indeterminado no mês de Agosto.

A CIG-Serviços da região de Ferrol fez uma avaliação «muito positiva» do desenvolvimento da greve, destacando a elevada adesão, «apesar das pressões» sofridas pelos trabalhadores, que «chegaram a ser ameaçados com a abertura de processos por participarem na greve».

A este propósito, a CIG anuncia que vai apresentar queixa contra a empresa Fomento Medio Ambiente junto da Inspecção do Trabalho por incumprimento da legislação laboral, «tanto por fazer duas contratações para cobrir o pessoal que participava na greve, como por alterar os turnos e horários de trabalho».

«Estas práticas mafiosas da empresa chegaram ao ponto de obrigar os trabalhadores precários a iniciar a jornada laboral fora do seu centro de trabalho, incumprindo assim a legislação laboral estabelecida», denuncia a central sindical.

As responsabilidades não são só da empresa

A CIG afirma que o caderno de encargos não é cumprido desde que a empresa assumiu a concessão do serviço da recolha do lixo neste concelho da província da Corunha, há 14 anos, «violando assim os direitos dos trabalhadores».

Em simultâneo, a central sindical galega chama a atenção para as responsabilidades do Município na situação, na medida em que permite que a empresa não cumpra o contrato, de forma reiterada, e sabendo que o serviço prestado aos habitantes é deficitário.

Neste sentido, a dirigente sindical Bea Fernández afirmou que o executivo parece estar «mais preocupado em arrancar as faixas que os trabalhadores colocam para denunciar publicamente as problemáticas que sofrem do que em tentar encontrar soluções que garantam condições de trabalho dignas e que, em simultâneo, permitam que os habitantes do concelho tenham um serviço adequado».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui