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«Só os povos nas ruas, com os governos revolucionários, podem conter o imperialismo»

Ao inaugurar, em Caracas, o Encontro para uma Alternativa Social Mundial, Jorge Arreaza afirmou que são os povos ruas, com os governos revolucionários, que podem criar uma via alternativa.

O secretário executivo da ALBA-TCP, Jorge Arreaza, ao intervir da sessão de boas-vindas 
Créditos / @ALBATCP

Começou esta quinta-feira, na capital venezuelana, o Encontro para uma Alternativa Social Mundial, que se prolonga até sábado, por iniciativa da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) e do Instituto Simón Bolívar.

Ao dar as boas-vindas aos cerca de 500 delegados de 60 países participantes no encontro, o secretário executivo da ALBA-TCP, Jorge Arreaza, abordou os perigos e ameaças hoje existentes na região e no mundo.

Neste contexto de «dificuldades e complexidades», defendeu que é tempo de unidade e de construção de uma alternativa para os povos, que «só nós podemos fazer», referindo-se aos representantes das organizações, movimentos sociais, partidos políticos e intelectuais presentes.

O diplomata venezuelano afirmou que «o imperialismo já está a perder o controlo dos seus pilares» produtivo e financeiro, tendo entrado numa fase de declive em que apenas lhe sobra o pilar militar, tecnológico e comunicacional.

A equatoriana Irene León participou no painel «Perigos e ameaças para a humanidade» / @ALBATCP

Neste sentido, referiu-se à gravidade da situação, porque esse «imperialismo em declínio, como uma fera ferida, dá patadas para tentar prolongar o que está destinado a morrer».

O secretário executivo do bloco de integração latino-americana disse ainda que, «neste claro-escuro», surgem monstros como os que hoje bombardeiam o povo palestiniano.

«Só nós, os povos nas ruas, com os governos revolucionários, podemos conter estes monstros – o imperialismo – e apresentar ao mundo um caminho alternativo», sublinhou.

Num encontro que pretende fomentar a unidade e desenhar estratégias para combater o imperialismo e o intervencionismo norte-americano, Jorge Arreaza afirmou que do conclave deve sair uma «agenda mínima de acção», também para ver o que se pode fazer em matéria de educação, saúde, habitação, cultura e alimentação.

Mundo multipolar é uma realidade tangível

Depois da intervenção de boas-vindas, estavam agendados vários seminários, como «Perigos e ameaças para a humanidade», «A civilização decadente», «Um só imperialismo, um só inimigo» e «A necessidade de um projecto comum».

Ao intervir no painel sobre «Perigos e ameaças para a humanidade», a socióloga equatoriana Irene León afirmou que vivemos «uma batalha política, económica e geopolítica de grande magnitude», num contexto em que «o capital quer esmagar todo o potencial que reside nos nossos povos».

«Estamos perante uma batalha de poder que agita todos os cenários da humanidade», afirmou, destacando igualmente que o «mundo multipolar é uma realidade tangível que começa a mostrar músculo».

Atilio Borón denunciou que a «comunicação social mente de forma escandalosa» / @ALBATCP 

Por seu lado, o sociólogo argentino Atilio Borón sublinhou que «a guerra está a ocorrer nos media» e que, «se não entendermos isso, continuaremos a ser vítimas do império».

«Os meios de comunicação mentem de forma escandalosa», denunciou Borón, que chamou ainda a atenção para a «perseguição implacável na Europa» contra quem «se atreve a falar contra o imperialismo e a NATO».

Debates e seminários até sábado

Esta sexta-feira, o Encontro propõe dois debates: «O princípio da Unidade como elemento transformador», a cargo de Jorge Arreaza; e «Hiper-imperialismo e uma Alternativa Social Mundial», dirigido pelo indiano Vijay Prashad, do Instituto Tricontinental de Investigação Social.

Além dos intelectuais e dirigentes sociais referidos, participam nos debates Rania Khalek (EUA/Líbano), Carlos Rosero (Colômbia), Tebogo Phadu (África do Sul), Marta Martín (Espanha) e Abel Prieto (Cuba), entre outros, provenientes do Brasil, México, Porto Rico ou Guatemala.

Segundo avançou a organização, ao longo do evento haverá mostras de solidariedade com a Palestina, Cuba, Haiti, Venezuela, o povo saarauí e o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.

A encerrar o Encontro, no sábado, dia 20, realiza-se o Seminário das Juventudes Anti-imperialistas em luta e pela solidariedade.

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