|Síria

Síria e Rússia neutralizam grupos radicais em Idlib, após ataque a academia militar

Altas patentes das Forças Armadas da Síria e da Rússia fizeram um balanço, esta terça-feira, da resposta ao atentado na Academia Militar de Homs, durante uma cerimónia de graduação de cadetes, há um mês.

Operações anti-terroristas na Síria (imagem representativa) 
Créditos / Prensa Latina

Numa conferência de imprensa celebrada em Damasco, altas patentes militares dos dois países deram conta das operações levadas a cabo no último mês, na sequência do ataque terrorista com drones perpetrado a 5 de Outubro na Academia Militar de Homs, quando estava a decorrer uma cerimónia de graduação de cadetes, na presença das famílias.

Mais de cem pessoas (militares e civis) perderam a vida e cerca de duas centenas ficaram feridas. Desde então, Moscovo e Damasco intensificaram as operações contra alvos de grupos extremistas, nomeadamente da Junta para a Libertação do Levante e do Partido Islâmico do Turquestão, entre outras organizações terroristas.

General Hassan Suleiman (esq.) e major-general Vadim Collet (dir.) durante a conferência de imprensa realizada em Damasco a 7 de Novembro de 2023 / Sana

O chefe do Departamento Político do Exército Árabe Sírio, general Hassan Suleiman, disse que «os militares sírios, em coordenação com as forças russas amigas, lançaram uma série de operações e ataques contra os grupos criminosos» que cometeram o atentado terrorista contra a Academia Militar, tendo conseguido destruir «sedes, depósitos de equipamentos bélicos e de munições», refere a agência Sana.

O oficial sírio explicou que foram neutralizados centenas de membros das organizações radicais referidas, bem como mercenários estrangeiros, e que as operações levadas a cabo detiveram a capacidade de combate e organização dos grupos apontados, impedindo-os de se reagruparem e gerando um estado de caos e pânico entre eles.

Por seu lado, o chefe do Centro de Coordenação russo na Síria, major-general Vadim Collet, afirmou que a aviação e a artilharia de ambos os países destruíram 23 pontos de observação e campos de treino, 35 túneis e refúgios subterrâneos.

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Síria reafirma determinação em combater o terrorismo e os seus apoiantes

Numa cerimónia que contou com a participação de civis e militares, a Síria começou, esta sexta-feira, a realizar os funerais das vítimas do ataque terrorista, na véspera, à Academia Militar de Homs.

Militares e familiares de vítimas mortas no atentado perpetrado a 5 de Outubro de 2023, durante uma cerimónia de graduação de cadetes, participam no funeral de 30 pessoas, em Homs, a 6 de Outubro de 2023 
Créditos / PressTV

Drones carregados de explosivos foram lançados contra uma Academia Militar na cidade de Homs, na quinta-feira, quando estava a decorrer uma cerimónia de graduação de cadetes, na presença das famílias.

Actualizando o registo de vítimas, o Ministério sírio da Saúde informou, ontem, que o número de militares e civis mortos no ataque terrorista subiu para 89.

Num comunicado, o Ministério esclareceu que, entre as vítimas mortais, há 35 mulheres e cinco crianças, acrescentando que 277 pessoas ficaram feridas no ataque.

O governo sírio declarou três dias de luto público e oficial pelas vítimas, tendo anunciado que as bandeiras ficarão a meia haste no país, bem como em todas as embaixadas e demais missões diplomáticas sírias no mundo.

Ontem, familiares e oficiais, incluindo o ministro sírio da Defesa, Ali Mahmoud Abbas, juntaram-se em Homs – localizada cerca de 160 km a norte de Damasco e 190 km a sul de Alepo – para participar nos funerais das primeiras 30 vítimas.

Início das cerimónias fúnebres, esta sexta-feira, junto ao Hospital Militar de Homs / Sana

Na ocasião, Abbas disse à imprensa que «o preço da dignidade e o orgulho da pátria é grande, e a coisa mais cara que um ser humano pode oferecer é ele mesmo», refere a Sana.

Por seu lado, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros condenou de forma veemente o atentado contra a Academia Militar de Homs, durante uma cerimónia de graduação de cadetes, classificando-o como «vil e cobarde», e como «um claro exemplo da abordagem terrorista e brutal dos seus autores que o povo sírio sofre há muitos anos».

«A Síria sublinha que este acto não debilitará a sua determinação em erradicar a praga do terrorismo e os seus patrocinadores», destacou o Ministério, tendo instado a Organização das Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a condenar «esta agressão» e a responsabilizar perante o povo sírio os estados que apoiam o terrorismo.

Condenações, solidariedade, votos de condolências

Venezuela, Palestina, Irão, Bielorrússia, Emirados Árabes Unidos, Omã, Líbano, Iémen (Movimento Huti Ansarullah), Rússia e Argentina expressaram à Síria a condenação do ataque terrorista de quinta-feira, através dos seus ministérios dos Negócios Estrangeiros, parlamentos ou chefias do Estado.

Cuba, Jordânia, Egipto, Brasil, Nicarágua, Argélia, Sudão, Arménia e Iraque também integram a lista de países que veicularam essa condenação e solidariedade, tal como a Liga Árabe.

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«Realizámos mais de 230 ataques aéreos e 900 de artilharia contra locais de grupos terroristas, que levaram à destruição de 1125 objectivos e à eliminação de pelo menos 200 terroristas, incluindo 34 cabecilhas e 15 especialistas de nacionalidades estrangeiras, enquanto 450 ficaram feridos», detalhou.

Recorde-se que, em 2020, o Exército Árabe Sírio conseguiu libertar 56% da província setentrional de Idlib, com o resto sob controlo de diversos grupos terroristas.

As forças militares russas encontram-se na Síria a lutar contra o terrorismo desde 2015, na sequência de um pedido realizado nesse sentido pelo governo de Damasco.

O grosso do contingente russo está concentrado sobretudo na base aérea de Hmeimim e na base naval de Tartous, ambas na região da costa mediterrânica.

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