Numa conferência de imprensa celebrada em Damasco, altas patentes militares dos dois países deram conta das operações levadas a cabo no último mês, na sequência do ataque terrorista com drones perpetrado a 5 de Outubro na Academia Militar de Homs, quando estava a decorrer uma cerimónia de graduação de cadetes, na presença das famílias.
Mais de cem pessoas (militares e civis) perderam a vida e cerca de duas centenas ficaram feridas. Desde então, Moscovo e Damasco intensificaram as operações contra alvos de grupos extremistas, nomeadamente da Junta para a Libertação do Levante e do Partido Islâmico do Turquestão, entre outras organizações terroristas.
O chefe do Departamento Político do Exército Árabe Sírio, general Hassan Suleiman, disse que «os militares sírios, em coordenação com as forças russas amigas, lançaram uma série de operações e ataques contra os grupos criminosos» que cometeram o atentado terrorista contra a Academia Militar, tendo conseguido destruir «sedes, depósitos de equipamentos bélicos e de munições», refere a agência Sana.
O oficial sírio explicou que foram neutralizados centenas de membros das organizações radicais referidas, bem como mercenários estrangeiros, e que as operações levadas a cabo detiveram a capacidade de combate e organização dos grupos apontados, impedindo-os de se reagruparem e gerando um estado de caos e pânico entre eles.
Por seu lado, o chefe do Centro de Coordenação russo na Síria, major-general Vadim Collet, afirmou que a aviação e a artilharia de ambos os países destruíram 23 pontos de observação e campos de treino, 35 túneis e refúgios subterrâneos.
Numa cerimónia que contou com a participação de civis e militares, a Síria começou, esta sexta-feira, a realizar os funerais das vítimas do ataque terrorista, na véspera, à Academia Militar de Homs. Drones carregados de explosivos foram lançados contra uma Academia Militar na cidade de Homs, na quinta-feira, quando estava a decorrer uma cerimónia de graduação de cadetes, na presença das famílias. Actualizando o registo de vítimas, o Ministério sírio da Saúde informou, ontem, que o número de militares e civis mortos no ataque terrorista subiu para 89. Num comunicado, o Ministério esclareceu que, entre as vítimas mortais, há 35 mulheres e cinco crianças, acrescentando que 277 pessoas ficaram feridas no ataque. O governo sírio declarou três dias de luto público e oficial pelas vítimas, tendo anunciado que as bandeiras ficarão a meia haste no país, bem como em todas as embaixadas e demais missões diplomáticas sírias no mundo. Ontem, familiares e oficiais, incluindo o ministro sírio da Defesa, Ali Mahmoud Abbas, juntaram-se em Homs – localizada cerca de 160 km a norte de Damasco e 190 km a sul de Alepo – para participar nos funerais das primeiras 30 vítimas. Na ocasião, Abbas disse à imprensa que «o preço da dignidade e o orgulho da pátria é grande, e a coisa mais cara que um ser humano pode oferecer é ele mesmo», refere a Sana. Por seu lado, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros condenou de forma veemente o atentado contra a Academia Militar de Homs, durante uma cerimónia de graduação de cadetes, classificando-o como «vil e cobarde», e como «um claro exemplo da abordagem terrorista e brutal dos seus autores que o povo sírio sofre há muitos anos». «A Síria sublinha que este acto não debilitará a sua determinação em erradicar a praga do terrorismo e os seus patrocinadores», destacou o Ministério, tendo instado a Organização das Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a condenar «esta agressão» e a responsabilizar perante o povo sírio os estados que apoiam o terrorismo. Venezuela, Palestina, Irão, Bielorrússia, Emirados Árabes Unidos, Omã, Líbano, Iémen (Movimento Huti Ansarullah), Rússia e Argentina expressaram à Síria a condenação do ataque terrorista de quinta-feira, através dos seus ministérios dos Negócios Estrangeiros, parlamentos ou chefias do Estado. Cuba, Jordânia, Egipto, Brasil, Nicarágua, Argélia, Sudão, Arménia e Iraque também integram a lista de países que veicularam essa condenação e solidariedade, tal como a Liga Árabe. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Síria reafirma determinação em combater o terrorismo e os seus apoiantes
Condenações, solidariedade, votos de condolências
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«Realizámos mais de 230 ataques aéreos e 900 de artilharia contra locais de grupos terroristas, que levaram à destruição de 1125 objectivos e à eliminação de pelo menos 200 terroristas, incluindo 34 cabecilhas e 15 especialistas de nacionalidades estrangeiras, enquanto 450 ficaram feridos», detalhou.
Recorde-se que, em 2020, o Exército Árabe Sírio conseguiu libertar 56% da província setentrional de Idlib, com o resto sob controlo de diversos grupos terroristas.
As forças militares russas encontram-se na Síria a lutar contra o terrorismo desde 2015, na sequência de um pedido realizado nesse sentido pelo governo de Damasco.
O grosso do contingente russo está concentrado sobretudo na base aérea de Hmeimim e na base naval de Tartous, ambas na região da costa mediterrânica.
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