Os protestos de ontem na Wilaya de Dakhla, em Tinduf (Sudoeste da Argélia), seguem-se aos que tiveram lugar nos dois dias anteriores para rejeitar a proposta dos Estados Unidos que dá prioridade à consideração do Saara Ocidental como território autónomo marroquino.
As mobilizações sucessivas reforçam o posicionamento da Frente Polisário, reconhecida pela ONU e a União Africana como a legítima representante do povo saarauí, e que classificou o plano norte-americano como «um desvio muito perigoso e sem precedentes dos princípios do direito internacional».
No final da marcha desta quarta-feira, que juntou centenas de refugiados saarauís, foi reafirmado o empenho na defesa dos direitos de autodeterminação e independência que assistem ao povo saarauí, bem como a sua determinação em lutar pela soberania nacional.
Gritando palavras de ordem como «Não alternativa à autodeterminação», «Não à autonomia, sim à independência» ou «A independência é a solução» os manifestantes expressaram a sua oposição a qualquer plano que «não inclua o seu direito legítimo à autodeterminação», refere a Sahara Press Service (SPS).
Frente Polisário não participará em negociações com base nesta proposta
Na sequência do projecto de resolução para o Saara Ocidental redigido e recentemente divulgado por Washington, a Frente Polisário dirigiu uma missiva à Rússia, país que actualmente preside ao Conselho de Segurança da ONU, na qual deixou claro que não participará em nenhum processo que tenha por base o actual projecto de resolução e que não respeite o estatuto jurídico do Saara Ocidental como território a aguardar descolonização.
No texto, a organização apela à criação das condições necessárias para que ambas as partes – Frente Polisário e Marrocos – iniciem «negociações sérias, credíveis e com prazos definidos, sem pré-condições e de boa-fé, sob os auspícios das Nações Unidas».
O propósito é «alcançar uma solução política justa, duradoura e mutuamente aceitável que garanta ao povo do Saara Ocidental o direito à livre autodeterminação», afirma a Frente Polisário, sublinhando que «este é o único caminho válido que pode conduzir a uma paz justa e duradoura na nossa região».
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