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Protestos contra a política florestal do PP na Galiza

Mais de duas dezenas e meia de localidades galegas acolhem mobilizações para denunciar que a vaga de incêndios é resultado da política florestal do PP, que «queima as nossas serras e as nossas casas».

População junto a um incêndio na Galiza, a 16 de Agosto de 2025 CréditosElena Fernadez / Nós Diario

Os protestos desta quinta-feira, a partir das 20h, foram convocados pela plataforma «Por un Monte Galego con Futuro». A Confederação Intersindical Galega (CIG), enquanto membro da plataforma, apelou à participação nas 26 concentrações previstas.

Como o próprio lema das mobilizações indica – «A política florestal do PP queima as nossas serras, queima as nossas casas» –, os múltiplos incêndios que têm ocorrido na Galiza este Verão são uma consequência directa de uma política florestal.

Trata-se de protestos em resposta à «"tragédia ambiental, social, cultural e económica" provocada pelos incêndios», afirma a CIG no seu portal, sublinhando que, com eles, se pretende realçar as múltiplas causas que estão na sua origem, nomeadamente as alterações climáticas, e que «o abandono do mundo rural e a aposta na monocultura de espécies de crescimento rápido são as que mais influência têm nas vagas de incêndios».

Neste sentido, «tendo em conta o fim imediato da moratória sobre novas plantações de eucalipto decretada pela Xunta para 31 de Dezembro», a CIG considera necessário exigir uma moratória por tempo indeterminado, tal como já indicou o seu secretário-geral, Paulo Carril.

Com a iniciativa, a plataforma pretende igualmente denunciar que o Plano Galego de Prevenção e Defesa contra Incêndios Florestais (PLADIGA) «é uma ferramenta inútil», que foi aprovada sem debate num Conselho Florestal da Galiza em que, critica a CIG, não estão representadas todas as organizações e entidades ligadas à floresta e ao meio rural.

A plataforma – que é integrada por mais de meia centena de grupos, associações e organizações – irá igualmente aproveitar as mobilizações desta quinta-feira para «transmitir a solidariedade do povo galego tanto às pessoas afectadas como a todo o grupo de profissionais de prevenção e extinção».

Verdadeira política de prevenção

Tal como em ocasiões anteriores, estes «trabalham em condições de absoluta precariedade, abandono e falta de recursos», pelo que a plataforma insiste na necessidade de um Serviço Público de Bombeiros Florestais «com a dimensão necessária para dar resposta à realidade existente».

No entender dos promotores, a verdadeira política de prevenção passa por «uma serra multifuncional e sustentável», com a valorização do envolvimento da comunidade local e dos proprietários privados.

«Para garantir esta multifuncionalidade, é preciso reclamar ao Departamento do Meio Rural que retome a linha de ajudas à valorização integral da floresta, bem como as Unidades de Gestão Florestal», defendem.

Estão previstas mobilizações em pelo menos 26 localidades galegas, incluindo as sete cidades: Compostela, Corunha, Ferrol, Lugo, Pontevedra, Ourense e Vigo.

A propósito das concentrações, Duarte Correa, da União do Povo Galego (UPG), afirmou na sua conta de Twitter (X) que é necessário «dar uma resposta solidária às pessoas afectadas, mas sem esquecer que há responsáveis por termos chegado a esta situação».

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