O Conselho Europeu de 18 e 19 de Dezembro levou os países da União Europeia (UE), à excepção de República Checa, Hungria e Eslováquia, a assumirem um empréstimo de 90 mil milhões de euros, na perspectiva de apoiar o prolongamento da guerra na Ucrânia, enquanto se esteve a marimbar para a vida dos povos dos respectivos Estados-Membros.
Os líderes da UE, incluindo Luís Montenegro, não fizeram qualquer referência à degradação das condições de vida dos trabalhadores europeus e, tal como o primeiro-ministro português, não querem saber do aumento dos preços de bens essenciais, da defesa dos serviços públicos, do acesso à habitação ou dos baixos salários.
Aliás, também as preocupações e os problemas dos pequenos e médios agricultores foram desprezadas, nomeadamente quanto ao tratado de livre comércio entre a UE e o MERCOSUL. As consequências deste tratado, no âmbito do qual se liberalizam bens, serviços e contratação pública, serão graves para a maioria dos agricultores portugueses e também da Europa, cujos protestos se fizeram sentir em Bruxelas durante a reunião do Conselho Europeu.
Na verdade, o aumento dos gastos militares e o negócio do armamento e da guerra, em benefício dos grupos económicos e das multinacionais, não são compatíveis com a resolução dos problemas dos trabalhadores, dos agricultores ou de outros sectores, que atingem a vida da grande maioria dos europeus.
Entretanto, apesar da continuada promoção da política de confrontação e de guerra, da escalada armamentista e da apologia do militarismo, promovida pela UE, sublinhe-se a disponibilidade manifestada por Emmanuel Macron, e correspondida por Vladimir Putin, para o reatamento do diágolo entre a França e a Rússia.
Por fim, destacar o posicionamento do Conselho Europeu em relação à situação no Médio Oriente, em que mantém um silêncio cúmplice e ensurdecedor face à política de genocídio de Israel.
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