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Museu Memorial Pretos Novos reabre, no Rio, com exposição e espaço interactivo

O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN) reinaugura a exposição permanente do museu memorial, no Rio de Janeiro, para tentar impedir o «apagamento da memória da escravidão».

Estima-se que cerca de 60 mil pessoas foram enterradas no Cemitério Pretos Novos 
Estima-se que cerca de 60 mil pessoas foram enterradas no Cemitério Pretos Novos Créditos / Brasil de Fato

Com curadoria de Marco Antonio Teobaldo, a mostra divide-se em três eixos, informa o portal Brasil de Fato. Em «Matriz Africana», o visitante tem oportunidade de conhecer as várias civilizações africanas antes de serem escravizadas, bem como as suas contribuições para as ciências, tecnologias e artes.

Depois, a exposição traça o percurso temporal do mercado da escravidão no Brasil, desde a chegada dos primeiros escravizados, no ápice do tráfico esclavagista no Rio de Janeiro.

Uma outra vertente retrata a tentativa de apagamento da memória da escravidão na Pequena África, a descoberta do sítio arqueológico, em Janeiro de 1996, e os seus desdobramentos.

«Pretos novos», cemitério e descoberta do sítio arqueológico

«Pretos novos» ou «boçais» eram designações dadas aos cativos recém-chegados de África, no Brasil, assim que desembarcavam no porto, refere o portal do museu.

O sítio arqueológico Cemitério dos Pretos Novos – um cemitério que funcionou entre 1769 e 1830 – é «a principal prova material e incontestável, encontrada até hoje, sobre a barbárie ocorrida no período mais intenso do tráfico de cativos africanos para o Brasil», afirma o curador da exposição.

A descoberta do local deu-se de forma fortuita no dia 8 de Janeiro de 1996, quando a família Guimarães dos Anjos fazia obras de renovação na sua casa, na zona da Gamboa. Ao retirar entulho do local, foram encontrados ossos humanos.

O Cemitério de Pretos Novos foi descoberto por acaso nas obras de uma casa, em 1996, quando, no meio do entulho, foram encontradas partes de esqueletos // IPN / Brasil de Fato

Desde então, sublinha Marco Antonio Teobaldo, «não há mais como admitir uma visão equivocada e romanceada sobre a escravidão de africanos e seus descendentes directos no Brasil».

Na sequência da descoberta do cemitério dos Pretos Novos, para onde eram atirados os corpos dos escravizados que não tinham sobrevivido à viagem ou que faleciam pouco depois de chegar ao Brasil – estima-se que tenham sido 60 mil –, foi criado o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), em 13 de Maio de 2005.

A missão é, segundo se lê no portal da instituição, estudar, investigar e preservar o património material e imaterial africano e afro-brasileiro, cuja conservação e protecção seja de interesse público, com ênfase ao sítio histórico e arqueológico referido.

Novas escavações

Cinco anos após a última escavação, a equipa de arqueologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) volta a campo para realizar novas pesquisas. Sob o comando da professora Andrea Lessa, o início está previsto para o próximo mês de Julho.

O espaço, indica o Brasil de Fato, contará com um laboratório arqueológico interactivo, onde o público vai poder acompanhar de perto o trabalho dos profissionais. Lessa destaca que a pesquisa procura revelar um pouco mais sobre a vida e a morte dos cativos africanos, actores sociais protagonistas na formação social e cultural brasileira.

«Após tanto tempo de esquecimento, reconhecer o Cemitério dos Pretos Novos como um importante património nacional e como um local sagrado para a população afrodescendente representa um resgate histórico obrigatório e um meio eficaz de preservação da nossa memória», afirmou a arqueóloga.

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