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|Paquistão

Mais de 40 mineiros morreram no Paquistão nos últimos três meses

Na província do Baluchistão, rica em recursos minerais, as mortes de mineiros sucedem-se. Dirigentes sindicais culpam a «apatia institucional», as más condições de trabalho e a precariedade.

Equipa de resgate e mineiros na exploração mineira de carvão em Torghar, após uma explosão, na província do Baluchistão (Sudoeste do Paquistão), a 16 de Março de 2021
Equipa de resgate e mineiros na exploração mineira de carvão em Torghar, após uma explosão, na província do Baluchistão (Sudoeste do Paquistão), a 16 de Março de 2021Créditos / Peoples Dispatch

Pelo menos 43 mineiros perderam a vida nos últimos três meses na província paquistanesa do Baluchistão. No passado dia 16, cinco mineiros e dois membros de uma equipa de resgaste morreram na sequência de uma explosão em Torghar, no distrito de Harnai.

O acidente espoletou uma série de protestos contra as autoridades por ignorarem as reivindações dos mineiros, refere o Peoples Dispatch. Quatro dias antes, a 12 de Março, seis de oito mineiros presos a 400 metros de profundidade, numa mina de carvão em Marwar, morreram na sequência de uma explosão provocada pela acumulação de gás metano.

O problema arrasta-se há anos e, segundo sindicatos e organizações internacionais, as condições de trabalho dentro das minas do Paquistão continuam inseguras e arriscadas para centenas de milhares de trabalhadores que tiram dali o seu sustento.

Na semana passada, vários sindicatos organizaram uma marcha para exigir ao governo que garanta a segurança dos trabalhadores nas minas de carvão e investigue as causas do número crescente de explosões nas minas do Baluchistão.

A exploração das minas de carvão do Paquistão é considerada mais perigosa que outros tipos de mineração, o que se deve a factores como as diferentes camadas de rocha, explosão de gases venenosos, poeiras e erros resultantes da utilização imprópria de equipamento em mau estado.

Actualmente, existem mais de 2800 minas de carvão espalhadas por sete distritos do Baluchistão (no Sudoeste do país), onde laboram cerca de 70 mil trabalhadores, segundo a mesma fonte.

Precariedade, exploração, más condições de trabalho, falta de formação

Para o presidente da Pakistan Central Mines Labour Federation, Abdul Sattar, a «apatia institucional» e o «sistema de contratação prevalecente» estão entre os principais factores que determinam as más condições dos mineiros.

Relatórios publicados por organimos internacionais, como a IndustriALL e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), têm sublinhado as «condições de trabalho deterioradas» em que os mineiros laboram e os perigos que correm no país asiático para auferirem salários de miséria.

Muitos destes mineiros, denunciam, trabalham sem um contrato por escrito, sem terem recebido qualquer tipo de formação e sem as mais elementares medidas de segurança.

Alertadas para esta situação, em função dos acidentes laborais sucessivos, as autoridades têm sido pressionadas, inclusive pelo Supremo Tribunal do Paquistão, a investigar as causas das mortes dos mineiros e a implementar medidas de protecção e segurança laboral. Mas a negligência prossegue.

Sultan Lala, presidente da Federação dos Trabalhadores das Minas de Carvão do Baluchistão, revelou que, o ano passado, 102 mineiros morreram nesta província do Sudoeste do Paquistão em 72 incidentes, na sua maioria explosões resultantes da acumulação de gás nas minas. «O governo e os proprietários não fizeram nada para melhorar as condições de trabalho», disse.

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