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Na encontro diário com os jornalistas no Palácio Nacional, na Cidade do México, López Obrador reafirmou que as portas do país americano estão abertas para Julian Assange, caso seja libertado, e anunciou que, depois de já ter tratado o caso com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, também vai solicitar a Joe Biden a libertação do co-fundador do WikiLeaks, cuja extradição para os EUA foi autorizada pela Justiça e o governo britânicos.

López Obrador exibiu um vídeo, divulgado pelo WikiLeaks, em que jornalistas que cobriam a invasão norte-americana do Iraque são assassinados por elementos da Força Aérea dos EUA, para assim expressar que as revelações de Assange não são espionagem e que é por isto que se encontra preso.

Neste sentido, considerou muito decepcionante que a Justiça britânica e o governo liderado por Boris Johnson tenham extraditado Julian Assange para os Estados Unidos e perguntou: «E as liberdades? Vamos tirar a estátua da liberdade de Nova Iorque? Vamos continuar a falar de democracia? Vamos continuar a falar de protecção de direitos humanos e liberdade de expressão?»

Assim, insistiu que, quando se reunir com o presidente dos EUA, na visita que deve fazer ao vizinho do norte em Julho, lhe vai pedir que preste atenção ao caso de Assange, tendo recordado que já fez o mesmo com Trump, uma vez que o chefe de Estado tem o poder de amnistiar.

«Tenho a noção de que [isto] vai contra grupos duros que há nos Estados Unidos, como em todos os países, mas deve prevalecer o humanismo», disse, citado pelo diário La Jornada.

Andrés Manuel López Obrador referiu-se a Assange como um dos melhores jornalistas da actualidade, que «partilhou e divulgou não apenas textos, mas também imagens de violações flagrantes dos direitos humanos por parte de tropas dos Estados Unidos».

«O seu crime entre aspas foi denunciar a ingerência da administração dos EUA nos assuntos internos de outros países», insistiu. Por isso, considerou Assange «um preso de consciência, injustamente tratado».

«Esperava que a Justiça no Reino Unido actuasse correctamente, que o protegesse, porque sabem o que o espera no país para o qual o vão extraditar; no entanto, aquilo que fizeram foi muito decepcionante», denunciou, citado pela Prensa Latina.