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|Arábia Saudita

Líbano e resistência palestiniana criticam Liga Árabe por decisão sobre Hezbollah

O governo libanês e várias facções da resistência palestiniana condenaram a Liga Árabe por ter decidido classificar como «terrorista» o movimento de resistência xiita libanês, numa reunião de emergência realizada este domingo no Cairo.

Na reunião de emergência da Liga Árabe, ontem celebrada no Cairo, a Arábia Saudita centrou as suas acusações no Irão
Na reunião de emergência da Liga Árabe, ontem celebrada no Cairo, a Arábia Saudita centrou as suas acusações no IrãoCréditos / america.cgtn.com

A decisão de classificar o Hezbollah como uma organização terrorista foi anunciada pelo secretário-geral da Liga Árabe, Ahmad Aboul Gheit, numa conferência de imprensa na capital do Egipto.

Ministros dos Negócios Estrangeiros e outros representantes do organismo estiveram ali reunidos, este domingo, depois de a Arábia Saudita ter solicitado um encontro de emergência para abordar alegadas «interferências» do Irão nos assuntos internos dos países árabes.

Jebran Bassil, ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, refutou, em comunicado, a inclusão do Hezbollah na lista de organizações terroristas, considerando que se trata de um «elemento fundamental do Estado libanês». Também o representante do Líbano na Liga Árabe, Antoine Azzam, rejeitou a decisão relativa ao Hezbollah, afirmando que «representa uma grande parte do povo libanês» e que tem deputados no Parlamento no país, indica a PressTV.

«Para a FPLP, decisões da Liga Árabe revelam a sua submissão aos ditames do imperialismo norte-americano e do sionismo»

Grupos da resistência palestiniana também denunciaram a decisão, sublinhando que serve os interesses de Israel e dos EUA, e que visa satisfazer a Casa de Saud. Num comunicado divulgado hoje, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) afirma que a designação do Hezbollah como organização terrorista «reflecte a hegemonia do Reino da Arábia Saudita sobre as decisões e políticas adoptadas no seio da Liga Árabe», bem como a «submissão» deste organismo «aos ditames do imperialismo norte-americano e do sionismo».

«Este ataque» revela as «verdadeiras intenções dos regimes árabes reaccionários quanto aos movimentos de resistência e forças populares que rejeitam o sionismo e o domínio norte-americano na região», salienta a FPLP, acrescentando que não é possível reconhecer legitimidade às decisões emanadas da Liga Árabe, que «expulsa a Síria, justifica os crimes de guerra no Iémen, ameaça o Líbano e permanece silenciosa sobre o bloqueio a Gaza».

Travar «violações» iranianas

A decisão relativa ao Hezbollah foi tomada no âmbito de uma reunião de emergência da Liga Árabe, convocada pela Arábia Saudita para abordar alegadas «agressões» e «interferências» de Teerão nos assuntos internos dos países árabes.

O ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Adel al-Jubeir, afirmou no Cairo que «o Irão criou agentes na região, como as milícias Huti e Hezbollah, em completo desrespeito por todos os princípios internacionais».

Riade acusa os iranianos de estarem ligados à explosão de um oleoduto no Bahrain, ocorrida no passado dia 11, e ao ataque com um míssil balístico, lançado pelos Hutis iemenitas no dia 4 deste mês, contra território saudita.

Al-Jubeir disse que «nenhuma capital árabe está a salvo desses mísseis», e a Liga Árabe, manifestando «não querer declarar guerra ao Irão neste momento», apoiou o direito da Arábia Saudita a «defender-se no seu próprio território». Também deixou no ar a hipótese de levar o caso ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Muito investimento para poucos resultados

A cimeira deste domingo, no Cairo, passou uma imagem de unidade, num contexto em que os sauditas pareciam estar a «pregar para os crentes», indica a RT. No entanto, as «emergências» da Casa de Saud mostram que, no terreno, as coisas não estão a correr como desejaria em vários cenários, perdendo influência no Líbano, vendo como a guerra de agressão ao Iémen se prolonga e a resistência Huti se intensifica, e não sendo capaz de derrubar Bashar al-Assad, na Síria, depois de todo o investimento realizado.

O Irão – país tido como o principal opositor aos desígnios sauditas no Médio Oriente – tem demitido, de forma recorrente, as acusações de Riade como «infundadas». Neste domingo, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, classificou como «irónicas» essas acusações, nomeadamente as que apontam o país persa como fonte de «desestabilização».

Zarif lembrou que o seu país tem estado a trabalhar com a Rússia e a Turquia para garantir a existência de um cessar-fogo na Síria. Para além disso, acusou os sauditas de «semearem a discórdia», alimentado o terrorismo, fomentando a guerra no Iémen e a crise no Líbano.

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