A jovem activista palestiniana Ahed Tamimi foi acusada pelo tribunal militar israelita de Ofer de cometer 12 crimes, incluindo «agressão» a um soldado israelita, «interferência com as funções de um soldado» e duas ocorrências anteriores, relacionadas com lançamento de pedras, informa a agência Ma'an.
Ahed Tamimi, de 16 anos, foi detida a 19 de Dezembro último, depois de aparecer num vídeo a esbofetear e a pontapear soldados israelitas perto de sua casa, na aldeia de Nabi Saleh, na Margem Ocidental ocupada.
Duas familiares de Ahed, cujo período de detenção foi prolongado várias vezes desde que foi presa, foram também incriminadas no âmbito deste «episódio» com as forças de ocupação: a mãe, Nariman, foi acusada de «incitamento», por divulgar o vídeo, e uma prima, Nur, que também aparece no vídeo, foi acusada de «agressão a um soldado» e de «interferência com as funções de um soldado», revela a Ma'an.
A oposição tenaz de Tamimi à ocupação israelita é bem conhecida na Palestina e no mundo árabe, havendo registos videográficos, desde a sua infância, em que assume uma atitude de resistência e de desafio perante as forças ocupantes, cuja presença repressiva em Nabi Saleh é frequente.
Os familiares de Ahed Tamimi temem que as autoridades israelitas a queiram «punir exemplarmente», para atemorizar outros jovens palestinianos que resistem aos ocupantes.
Detenção de Jarrar prolongada
As autoridades israelitas prolongaram, por um período de seis meses, a detenção administrativa de Khalida Jarrar, deputada no Conselho Legislativo Palestiniano (parlamento dos territórios ocupados), membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e uma das figuras políticas palestinianas que mais se têm destacado na crítica à ocupação israelita e na condenação reiterada das atrocidades cometidas contra os palestinianos.
O anúncio foi feito em comunicado, esta terça-feira, pelo Exército israelita, considerando que a deputada «constitui ainda uma ameaça significativa», indica a PressTV.
Jarrar está na cadeia desde 2 de Julho de 2017. Então – revelou o seu marido, Ghassan – um grande número de soldados israelitas invadiu de madrugada a sua casa, no centro da cidade de Ramallah, e apreendeu computadores. Os militares justificaram a sua detenção com as actividades no seio da FPLP, que é classificada pelos israelitas como uma organização «terrorista».
A destacada militante e deputada palestiniana tinha sido presa pela última vez em 2 de Abril de 2015 e libertada a 3 de Junho de 2016, com uma pena de 12 meses suspensa durante um período de cinco anos. Nem chegou a estar um mês em liberdade.
Jarrar inclui-se no grupo de 13 deputados ao Conselho Legislativo Palestiniano presos em centros de detenção israelitas, nove dos quais ao abrigo da chamada detenção administrativa – um regime de detenção que permite a Israel manter palestinianos presos por períodos de tempo indefinidos, sem julgamento nem culpa formada.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui