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Incêndio destrói Museu Nacional no Rio de Janeiro

O director de Preservação classificou como «irreparáveis» os danos à instituição. Figuras do PCdoB e do PT associaram a tragédia à política de cortes no sector levada a cabo pelo governo golpista.

A destruição do Museu Nacional no Rio de Janeiro representa uma perda incalculável para o património artístico e científico, e é consequência das políticas de cortes, levadas a cabo no Brasil, nas áreas da ciência, cultura e tecnologia, denunciam dirigentes políticos e intelectuais
A destruição do Museu Nacional no Rio de Janeiro representa uma perda incalculável para o património artístico e científico, e é consequência das políticas de cortes, levadas a cabo no Brasil, nas áreas da ciência, cultura e tecnologia, denunciam dirigentes políticos e intelectuaisCréditos / Diário Carioca

O fogo começou ontem por volta das 19h30 (hora local), já depois de ter fechado as portas ao público. No interior do edifício encontravam-se quatro vigilantes, que conseguiram escapar. Os bombeiros afirmaram não haver registo de feridos.

Em declarações à Agência Brasil, João Carlos Nara, director de Preservação do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, afirmou que o incêndio causa um «dano irreparável» ao acervo e às pesquisa nacionais.

Fundada há 200 anos, a instituição, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), possuía um acervo de mais de 20 milhões de peças, sendo considerada o maior museu de história natural e antropologia da América Latina. Nara disse que será necessário «esperar pelo fim do trabalho dos bombeiros para verificar realmente a dimensão» da tragédia, mas manifestou que «pouco restará».

Disse ainda que a administração do Museu Nacional estava à espera do fim do período eleitoral para iniciar obras de preservação na infra-estrutura do edifício, que é «muito antiga».

Também em declarações à Agência Brasil, recolhidas pelo Brasil de Fato, o reitor da UFRJ, Roberto Leher, declarou que a sede do museu não cumpria todas as exigências contra incêndios, «por ser um prédio centenário». Leher sublinhou também que a instituição sofria com cortes orçamentais decorrentes das restrições a que a UFRJ está sujeita, tal como outras universidades públicas brasileiras. «Num contexto como este, todas as unidades [da universidade] são afectadas», disse.

A UFRJ tinha em curso um projecto com vista à realização de mudanças estruturais no museu, que implicaria a mudança de laboratórios e do sector administrativo para edifícios anexos, de modo a minimizar a utilização de energia eléctrica no prédio histórico, deixando-o apenas destinado a exposições. Mas já não foi a tempo.

«Para o país, é uma perda imensa. Aqui temos a nossa memória. Grande parte do processo de constituição da história moderna do Brasil passa pelo Museu Nacional. Este incêndio sangra o coração do país. A única forma que temos neste momento de trabalhar essa brutal perda é reconstruir», disse.

Tragédia anunciada com a política de cortes

De acordo com o Portal Vermelho, diversos dirigentes políticos, intelectuais e artistas «foram unânimes em apontar [nas redes sociais] a Emenda 95 de Michel Temer», relativa ao congelamento nos «investimentos públicos por 20 anos, como uma das causas directas» dos cortes de verbas no orçamento da cultura e da educação, e que «resultaram na tragédia deste domingo».

A deputada federal Jandira Feghali (Partido Comunista do Brasil) denunciou que a UFRJ sofre há muito tempo sem recursos «graças à política de desmonte das nossas universidades públicas pelo desgoverno Teme».

Por seu lado, a candidata ao governo do Rio de Janeiro Marcia Tiburi (Partido dos Trabalhadores) afirmou que a tragédia «é efeito do descaso e do desrespeito que a cultura e a ciência vivem em nosso país».

Para Tiburi, «um país que congela investimentos em educação e cultura por 20 anos – obra do governo golpista de Michel Temer – deseja que as instituições faleçam e que o povo se torne cada vez mais ignorante».

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