Num relatório apresentado esta terça-feira pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, refere-se que há menos 2,5 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar no país sul-americano, ou seja, pessoas que carecem de acesso regular a comida suficiente.
Estes dados levaram o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, a afirmar na sua conta de Twitter (X): «Avançámos na luta contra a fome.»
«A melhoria na segurança alimentar pode ser explicada por uma importante redução na taxa de inflação geral e na dos alimentos em particular, que fecharam 2023 em 9,28% e 5%, respectivamente, assim como uma queda na taxa de desemprego […] e uma diminuição na pobreza monetária em 2022», indica o PAM.
O ano passado, mais 661 889 colombianos caíram em situação de pobreza, elevando para 17,4 milhões o número de pessoas nessa condição, revelou o Departamento Administrativo Nacional de Estatística. Em 2019, o número de pessoas em situação de pobreza na Colômbia aumentou em cerca de 662 mil, passando das 16,8 milhões registadas em 2018 para 17,4 milhões. De acordo com os dados divulgados por Juan Daniel Oviedo, director do Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE) do país sul-americano, isto significa que, em 2019, 35,7% dos colombianos eram pobres, o que representa o aumento de um ponto percentual face a 2018. Nas zonas rurais, a percentagem observada de pessoas pobres é mais elevada (47,5%; aumento de 1,5% face a 2018), facto a que não é alheia a falta de apoio do Estado, tendo em conta os graves problemas económicos e sociais que o país andino enfrenta. As cidades que apresentam índices mais elevados de pobreza são Quibdó (60,9%) e Riohacha (49,3%), nos departamentos de Chocó e La Guajira, respectivamente. No que se refere à pobreza extrema, o DANE indicou que mais 729 mil pessoas entraram nessa condição, por comparação com 2018. Segundo o organismo estatal, existem 4,6 milhões de colombianos que vivem em situação de pobreza extrema, o que corresponde a 9,6% da população (aumento de 1,4% face a 2018). Foi também nas cidades de Quibdó (23,8%) e Riohacha (19,5%) que o organismo registou os índices mais elevados de pobreza extrema. De acordo com os critérios do DANE, uma família colombiana está em situação de pobreza extrema se os seus membros têm rendimentos mensais inferiores a 137 350 pesos (cerca de 30,50 euros); e está em situação de pobreza se o rendimento mensal dos seus membros é inferior a 327 674 pesos (cerca de 72,8 euros). Ao apresentar os dados, Oviedo ligou o aumento da pobreza e da pobreza extrema ao aumento do desemprego na Colômbia, tendo destacado a situação que se vive nas zonas rurais do país, refere a HispanTV. Referiu ainda que os efeitos da pandemia do novo coronavírus serão «fundamentais» para abordar os índices de pobreza no ano em curso. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Mais de 17 milhões de colombianos vivem em situação de pobreza
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O organismo explicou ainda que os dados correspondem a uma avaliação do país efectuada com base em mais de 6000 inquéritos realizados entre Novembro e Dezembro últimos em 133 municípios de 29 departamentos do país andino-amazónico.
Persistência da vulnerabilidade
«Embora a situação económica tenha melhorado desde 2022, persiste uma elevada vulnerabilidade, com as famílias a recorrerem a estratégias de sobrevivência relacionadas com o consumo de alimentos e meios de subsistência», afirma igualmente o relatório do PAM, que aponta para a existência de 13 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, 1,6 milhões das quais em situação de insegurança alimentar severa.
O estudo também destaca a persistência de disparidades entre as zonas urbanas e rurais, uma vez que neste último âmbito o nível de insegurança alimentar se situa em 31% e na região desértica de La Guajira, no Norte do país, chega mesmo a 59%, enquanto nas cidades se situa em 24%.
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