O Relatório Mundial das Migrações 2022, da Organização Internacional das Migrações (OIM), estima que existam actualmente 281 milhões de migrantes internacionais, o que corresponde a 3,6% da população global.
Para a CGTP-IN, estes números mostram que a pandemia não impediu os movimentos migratórios, embora tenha contribuído para agravar a situação, já de si difícil, de todos os migrantes.
Independentemente do motivo ou do momento das suas deslocações, todos os migrantes têm em comum uma situação de grande vulnerabilidade, vivendo frequentemente em situações de exclusão e marginalização, ao mesmo tempo que são um alvo fácil de todo o tipo de exploração.
A central sindical observa, através de comunicado, que tem vindo a crescer a rejeição dos migrantes em todo o mundo, registando-se a proliferação de ideologias e movimentos «assumidamente xenófobos e racistas», que «baseiam o seu discurso de incitação ao ódio e à violência na rejeição da presença de migrantes, normalmente com fundamento na ascendência ou origem nacional, racial ou étnica, difundindo a ideia de que os refugiados ou migrantes chegam para ocupar o lugar dos nacionais».
Por outro lado, «a fim de deter os crescentes movimentos migratórios e conter ondas de protestos dentro dos seus próprios países, muitos responsáveis políticos estão a fomentar a ideia de que é preciso erguer muros de cimento e arame farpado, que remetam os migrantes para fora das suas fronteiras», lê-se na nota.
A CGTP-IN entende que tal acaba por conduzir à criação de «outros muros» e critica a actuação dos países mais desenvolvidos nesta matéria. «A opção por políticas de migração inspiradas por uma visão securitária, economicista e pouco humanizada não contribui para promover o respeito pela dignidade e os direitos de todos os refugiados e migrantes, nem para impor a rejeição e combate efectivo a todas as formas de discriminação, xenofobia e racismo que permeiam as nossas sociedades», regista.
A estrutura sindical adianta ainda que, além de um fenómeno social, a migração «é um direito humano» que contribui para tornar as sociedades «mais humanas e mais inclusivas».
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