A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 foi aprovada, ontem à noite, pelo Senado brasileiro, com 61 votos a favor e 14 contra. Uma segunda votação deverá ocorrer a 13 de Dezembro.
A sessão plenária que antecedeu a votação foi realizada à porta fechada, segundo refere o Portal Vermelho. Diversos senadores da oposição protestaram contra o facto de os manifestantes que estavam no exterior do Congresso não poderem acompanhar os trabalhos no plenário. «Parece-me que têm medo do povo», disse a senadora Regina Sousa, do Partido dos Trabalhadores (PT).
CTB e CUT criticam
Em declarações recolhidas pelo Portal Vermelho, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, disse que «é lamentável que esse Congresso, mais venal da história do país, esteja a legislar contra a democracia, contra o Estado Democrático de Direito, e queira pôr fim a direitos sagrados da nossa tão sofrida classe trabalhadora. Eles pretendem congelar investimentos, querem promover um profundo retrocesso e assim desconstruir a nação».
Por seu lado, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, disse que este é um dia triste para o Brasil, referindo-se também à violência policial contra os manifestantes. «Sou testemunha da violência contra a manifestação, em sua maioria estudantes. O impeachment, a renúncia, a saída do Temer é necessária. Estamos vivendo um estado de excepção», disse.
Forte repressão policial
Enquanto os senadores debatiam a proposta que prevê o congelamento de investimentos públicos por 20 anos, milhares de manifestantes, provenientes de diversos estados do Brasil, mobilizaram-se de forma pacífica na Esplanada dos Ministérios e em frente ao Congresso Nacional, segundo revela o Brasil de Fato. A Polícia afirma que o protesto contou com 10 mil pessoas, enquanto a organização estima que os manifestantes fossem 30 mil.
Ao início da noite, a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal reprimiu duramente a acção de protesto contra a proposta do Governo de Michel Temer, convocada por sindicatos, movimentos sociais e estudantis. A multidão dispersou e foi recuando ao longo da Esplanada.
Impossível negociar
O deputado Paulo Pimenta, do PT, comentou no Facebook que a Polícia Militar do DF «massacrou» os estudantes que participavam no protesto, em frente ao Congresso Nacional, com «extrema violência, gás e bombas», e revelou que «militantes de extrema-direita estavam infiltrados na manifestação, provocando quebra-quebra para causar tumulto e acção da Polícia contra os estudantes».
Paulo Pimenta disse que deputados do PT foram até ao local «para negociar o fim do massacre», mas que as autoridades policiais «não aceitaram qualquer acordo e continuaram avançando sobre a população», informa o Portal Vermelho.
De acordo com o deputado, pese embora os pedidos reiterados à Polícia para que esta pusesse fim «aos ataques, ao gás e ao lançamento de bombas», a ordem era «atacar».
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