Faleceu palestiniano ferido por fogo israelita nos protestos em Gaza

Badr al-Din Abu Mousa, de 25 anos, morreu num hospital do Sul da Faixa de Gaza, ontem, depois de ter sido atingido com um tiro na cabeça, disparado pelas forças israelitas, quando participava, a leste de Khan Younis, nas mobilizações da 72.ª semana da Grande Marcha do Retorno, segundo referiu o porta-voz do Ministério palestiniano da Saúde em Gaza, Ashraf al-Qidra.

Pelo menos 75 pessoas, incluindo um médico e um jornalista, foram feridos pelas forças de ocupação sionistas no decorrer dos protestos, 42 delas por fogo real, segundo a mesma fonte, que é referida pela PressTV.

Os protestos desta sexta-feira junto à vedação com que Israel cerca o enclave palestiniano – em que terão participado cerca de 6000 pessoas – enquadram-se nas mobilizações semanais da Grande Marcha do Retorno.

Iniciadas em 30 de Março de 2018, estas mobilizações no território cercado têm por objectivo exigir o direito dos refugiados palestinianos e seus descendentes a regressarem às terras, na Palestina histórica, de onde foram expulsos em 1948, no âmbito da campanha de limpeza étnica realizada pelas forças sionistas, por ocasião da criação de Israel. Visam, para além disso, exigir o fim do bloqueio de Israel à Faixa de Gaza, que dura há mais de 12 anos.

O número de mortos e feridos pelas forças israelitas nestes protestos varia – muito – consoante as fontes. Se o Centro Palestiniano dos Direitos Humanos aponta para 208 palestinianos mortos e 13 728 feridos por Israel desde o início dos protestos, a HispanTV refere 307 mortos e 31 mil feridos – «de acordo com os últimos balanços apresentados por fontes oficiais».

Recorde-se que, em Maio, por ocasião das celebrações do 71.º aniversário da Nakba («catástrofe», em árabe), o Ministério da Saúde em Gaza afirmou que as forças israelitas tinham morto pelo menos 305 palestinianos e ferido 17 335 nestes protestos. O relatório foi divulgado pela agência Ma'an.

Em Março último, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adoptou uma resolução em que se condena o «aparente uso intencional de força letal e outra força excessiva» contra os manifestantes civis na Faixa de Gaza, tendo feito ainda um apelo para que os responsáveis sejam levados à Justiça.