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Encontro em Minas Gerais vincou oposição a privatização de empresas públicas

Representantes de mais de 60 organizações juntaram-se no Acampamento Pátria Livre, do MST, para preparar uma agenda de mobilização contra medidas do governo estadual para privatizar energia e saneamento.

Representantes sindicais, de comités populares e de movimentos reuniram-se em São Joaquim de Bicas para alinhavar uma agenda contra as privatizações no estado de Minas Gerais 
Representantes sindicais, de comités populares e de movimentos reuniram-se em São Joaquim de Bicas para alinhavar uma agenda contra as privatizações no estado de Minas Gerais CréditosPatrícia Sousa / Brasil de Fato

O encontro estadual juntou no município mineiro de São Joaquim de Bicas mais de 120 dirigentes de todas as regiões do estado, membros de mais de 60 organizações, tendo como objectivo preparar uma agenda de mobilizações contra as mais recentes «movimentações» do governo de Romeu Zema.

Participando no encontro, que teve lugar no sábado passado no Acampamento Pátria Livre, do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sílvio Netto, da direcção nacional do movimento, disse ao Brasil de Fato que, «em Minas Gerais, ainda temos muito o que superar para nos livrar do neofascismo».

Para o dirigente nacional do MST, as prioridades da gestão de Romeu Zema têm profundas semelhanças com o projecto derrotado nas eleições presidenciais do ano passado. Por isso, no estado mineiro, os comités populares que actuaram na campanha de Lula da Silva estão empenhados em enfrentar as medidas do governador.

Há pouco mais de um mês, Romeu Zema enviou para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais uma proposta de emenda à Constituição estadual (PEC) que visa retirar a obrigatoriedade de realização de um referendo popular para privatizar a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).

Se for aprovada, a medida ainda passa de maioria qualificada para simples a quantidade de votos dos parlamentares necessários para vender as empresas, indica a fonte.

«Nós temos um governo estadual que vem da tradição da ultra-direita, com a sua intolerância, seu ódio aos mais pobres e com a sua determinação de acabar com todos os direitos historicamente construídos pelos trabalhadores», denunciou Netto.

«Nós entendemos que as propostas de privatização das nossas empresas públicas afrontam o nosso direito conquistado de ter acesso à energia, à água e aos nossos recursos naturais», destacou.

Empresas estatais são importantes para o desenvolvimento de Minas Gerais

No encontro estadual, representantes de comités, movimentos populares e sindicatos debateram a importância das empresas públicas para o desenvolvimento e o combate às desigualdades sociais e regionais no estado de Minas Gerais (Sudeste do Brasil).

A Copasa, por exemplo, utiliza os recursos dos municípios que geram lucro para investir nas regiões que não geram, que frequentemente são cidades pequenas e com grandes áreas rurais, indica o Brasil de Fato.

Cartaz de divulgação do encontro / Sindieletro-MG

Actualmente, a empresa é responsável pela distribuição e tratamento de água de 75% das cidades num estado com uma dimensão geográfica superior à de França (586 mil quilómetros quadrados).

Outro factor de destaque ao considerar a importância das empresas estatais é a implementação de tarifas sociais. No caso da Cemig, as famílias registadas em «situação de maior vulnerabilidade» podem receber até 65% de desconto na factura da luz.

Impedir o avanço da privatização do património do povo mineiro

Lízian Martins, habitante em Araçuaí, na região do Vale do Jequitinhonha, destacou a importância de uma «articulação a nível estadual para impedir o avanço da privatização do património do povo mineiro». Em seu entender, só com diálogo nas bases e nos territórios será possível reverter esse cenário.

«Nós estamos aqui com lideranças e representações que estão nessa luta para a gente demarcar a importância da defesa das estatais para a vida do povo mineiro. Nós sabemos que é só com organização, com trabalho de base, com a nossa unidade, que a gente vai conseguir avançar para defender as nossas estatais», disse.

«É momento de fortalecer a nossa organização, buscar mais formação, dialogando com as bases, com os territórios, e nos unindo na defesa do nosso futuro», acrescentou.

Por seu lado, Jefferson Leandro, da direcção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), explicou que, até ao momento, a agenda de lutas se tem desenvolvido em três frentes.

«A frente institucional, com a realização de audiências públicas, a frente das redes sociais e as mobilizações de rua, divulgando e panfletando o jornal Brasil de Fato MG para mobilizar a sociedade e a opinião pública contra as privatizações. A partir de hoje, é a construção do nosso plebiscito popular. Se o Zema tem medo de perguntar a opinião do povo, nós vamos às ruas para perguntar», defendeu.

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