Este resultado fica-se a dever ao processo de reactivação do projecto de industrialização do lítio que o Estado boliviano leva a cabo no Salar de Uyuni, no departamento de Potosí, noticiou este domingo o diário Ahora el Pueblo.
Os dados da YLB referem que, só em vendas de ambos os produtos (a nível nacional e internacional), a empresa nacionalizada facturou mais de 12 milhões de dólares.
De acordo com o presidente executivo da YLB, Marcelo González, «foram produzidas 400 toneladas de cloreto de potássio por dia, o que foi praticamente um recorde ao nível da produção, e houve dias em que registaram 700 toneladas, graças ao trabalho dos nossos técnicos».
González sublinhou ainda o facto de o lucro gerado no primeiro semestre deste ano ultrapassar de longe os quase dois milhões de dólares reportados no mesmo período da gestão anterior.
A empresa tem a funcionar actualmente a Fábrica Piloto de Carbonato de Lítio e a Fábrica Industrial de Cloreto de Potássio. Esta última foi inaugurada e posta em funcionamento em Outubro de 2018 pelo então presidente Evo Morales.
Maiores reservas conhecidas de lítio
Mais de 50% dos depósitos de lítio a nível mundial encontram-se no chamado Triângulo do Lítio – Argentina, Bolívia e Chile – e é nos desertos montanhosos da Bolívia – o Salar de Uyuni – que existem as maiores reservas conhecidas de lítio.
O governo de Morales assumiu uma posição de cautela com estas reservas, deixando claro que o precioso recurso não devia ser entregue às multinacionais, que os lucros deviam partilhados com o povo boliviano e que qualquer acordo deveria passar pela Comibol, a empresa mineira nacional, e pela YLB, a empresa nacional de lítio.
Com Evo Morales, o objectivo era não a exportação da matéria-prima, mas assumir o processo de industrialização no país – algo que já estava a avançar, com YLB a fabricar baterias de lítio e mesmo um carro eléctrico, em parceria com a empresa alemã ACISA.
O governo de Luis Arce assumiu desde o início a intenção de retomar o processo de industrialização do lítio, travado pelo governo golpista, colocando os recursos naturais ao serviço do país para erradicar a pobreza e aumentar a soberania.
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