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|México

«Calam-se como múmias»: Obrador critica silêncio quando mexicanos são mortos nos EUA

López Obrador lamentou o rapto de quatro cidadãos dos EUA, dois dos quais foram assassinados, e criticou o tratamento mediático enviesado e «de tablóide» dado à questão.

Andrés Manuel López Obrador, presidente do México 
Andrés Manuel López Obrador, presidente do México Créditos / La Jornada

Na habitual conferência de imprensa matinal, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, lamentou esta terça-feira o rapto de quatro norte-americanos em Matamoros (estado de Tamaulipas), dois dos quais foram assassinados.

Américo Villarreal, governador de Tamaulipas, confirmou na ocasião as duas mortes, e Obrador enviou as condolências aos familiares, ao governo e ao povo dos Estados Unidos, tendo ainda prestado esclarecimentos sobre os factos ocorridos e prometido castigo para os responsáveis.

«Estamos a trabalhar todos os dias para garantir a paz», disse, citado pelo La Jornada, acrescentando: «Lamentamos muito que isto aconteça no nosso país.»

No decorrer do encontro diário com a imprensa, no Palácio Nacional, o chefe de Estado teceu fortes críticas à cobertura mediática norte-americana e à atitude de determinados sectores políticos do país vizinho.

«Chama muito atenção que ocorram este factos lamentáveis e todos os meios de comunicação nos EUA tratem a informação de forma tablóide. Mas não quando mexicanos são assassinados nos EUA: calam-se como múmias», criticou.

A título de exemplo, López Obrador recordou o caso ocorrido no final de Janeiro, na Califórnia, em que o dono de uma quinta de cogumelos matou a tiro dois jornaleiros mixtecos, provenientes do estado de Oaxaca.

«Não veio nada na imprensa norte-americana», criticou Obrador, afirmando que «arrancam os cabelos de forma hipócrita».

Ainda a propósito do rapto dos quatro norte-americanos, perpetrado na sexta-feira passada, ao que parece por elementos de um clã da droga, López Obrador também dirigiu farpas para dentro. «Ontem estava a atento a todas as cadeias de rádio, de TV. E aqui a mesma coisa, a aproveitarem-se da dor das pessoas, como abutres», criticou.

Em seu entender, existem muitos interesses partidários de gente «muito hipócrita» que procurou aproveitar-se do caso dos quatro norte-americanos sequestrados no México.

Questionado sobre o facto de a Casa Branca considerar «inaceitável» a situação, López Obrador, que informou que as autoridades mexicanas estiveram a trabalhar neste caso em coordenação com o Departamento Federal de Investigação (FBI), disse que Washington tem o direito a expressar o que bem entender.

Vincou, no entanto, a ideia de que o governo mexicano não irá permitir que nenhum governo estrangeiro tente intervir em questões internas, que apenas dizem respeito ao povo mexicano, como é a da segurança.

A propósito das declarações do congressista Dan Crenshaw ligando as mortes por fentanilo nos EUA ao México, Obrador disse que não cabe ao seu país controlar a droga nos Estados Unidos. «Não têm redes? Não têm cartéis? Quem vende a droga? Isso têm de ser as autoridades norte-americanas a resolver», frisou.

Disse ainda, a propósito das declarações do congressista republicano, que «já basta de hipocrisias». «80% das armas de elevada potência que os grupos de delinquentes utilizam no México são adquiridas nos EUA e não há controlo. Há até senadores que recebem dinheiro para as suas campanhas das fábricas de armamento», denunciou, acrescentando que há quem veja «o cisco no olho alheio e não veja a trave no próprio».

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