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Brasileiros fazem defesa da democracia em jornada histórica

Numa quinta-feira marcada pelo espírito unitário, milhares exigiram nas ruas «Bolsonaro sai, democracia fica». Em São Paulo foi lançada a «Carta aos Brasileiros», que já reúne mais de um milhão de apoios.

Praça de São Francisco, em São Paulo, cheia de gente, esta quinta-feira, 11 de Agosto, por ocasião da leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito 
Praça de São Francisco, em São Paulo, cheia de gente, esta quinta-feira, 11 de Agosto, por ocasião da leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito CréditosElineudo Meira / Brasil de Fato

A «Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito» foi elaborada por um grupo de ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e faz referência aos 45 anos da «Carta aos Brasileiros», quando, em 1977, um movimento liderado pelo professor Goffredo da Silva Telles Junior denunciou a ilegitimidade do governo militar.

Apesar de ter sido lançada oficialmente ontem de manhã, na quarta-feira um grupo de 42 artistas publicaram um vídeo com a leitura da carta. Entre eles, contam-se Chico Buarque, Fernanda Montenegro, Caetano Veloso, Anitta, Milton Nascimento, Djavan, Dira Paes e Wagner Moura.

Sem apontar nomes, a carta alerta a sociedade para os riscos de ataques ao sistema eleitoral do Brasil que têm vindo a ser protagonizados pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e pela sua base de apoio. Ontem, às 21h58, o documento alcançou um milhão de adesões, revela a Rede Brasil Atual.

No prédio da SanFran, como é conhecido edifício da faculdade, na Praça de São Francisco, estiveram trabalhadores, empresários, estudantes, intelectuais, juristas, políticos e representantes das principais lutas populares do Brasil.

«Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional», afirma o documento, que foi lido no interior da faculdade.

«A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições. Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona: Estado Democrático de Direito Sempre!», lê-se igualmente na carta.

O documento foi também lido na praça em frente, onde centenas ou milhares de pessoas se manifestavam a favor da democracia e contra o golpismo.

Manifestações e actos pela democracia em todo o país

De acordo com a informação divulgada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e a campanha «Fora Bolsonaro», estavam previstas para ontem 86 mobilizações em 49 cidades, incluindo as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal.

Manifestação na Avenida Paulista em defesa da democracia e da educação // Guilherme Gandolfi / Brasil de Fato 

Segundo refere a Rede Brasil Atual, os estudantes foram um dos sectores mais activos na jornada nacional de mobilização, manifestando-se em defesa da democracia e da educação, também ameaçada pelo governo de Jair Bolsonaro.

Ao longo do dia, estudantes do Ensino Secundário, universitários e pós-graduandos participaram em actos nas universidades, onde reitores e professores procederam à leitura simbólica da mesma carta que foi lida na USP. E manifestaram-se em diversas cidades, exibindo faixas e cartazes a pedir o fim dos cortes orçamentais no sector da Educação e Ciência, «como nunca vistos antes no país».

Houve ainda grandes manifestações em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, entre muitas outras, para denunciar o golpismo, a fraude e exigir «Fora, Bolsonaro», com a participação do movimento estudantil, popular e sindical.

Estas manifestações foram inicialmente convocadas para dia 6, mas passaram para dia 11 de Agosto, unindo-se à leitura da Carta.

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