O encontro, que este ano é dedicado à figura do poeta e revolucionário cubano José Martí (1853-1895) e está a decorrer no Palácio das Convenções da capital cubana, teve início esta segunda-feira, contando, na sessão inaugural, com a presença do presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, além de embaixadores, chefes de missões diplomáticas, intelectuais e mais de 600 delegados de 65 países.
Na sessão de ontem, os participantes, em que se inclui Paula Frazão, da Associação de Amizade Portugal-Cuba, expressaram solidariedade ao governo e ao povo da Venezuela, que são alvo de uma ofensiva golpista liderada pelos Estados Unidos, com o apoio de países aliados na região e da União Europeia.
Adán Chávez, membro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), interveio para explicar o panorama que se vive no país sul-americano, tendo afirmado que os Estados Unidos e os seus aliados utilizam desde 2016 a mesma estratégia que implementaram no Brasil, e que conduziu à saída forçada da presidente Dilma Rousseff do poder e ao encarceramento do ex-presidente Lula da Silva, indica a Prensa Latina.
Por seu lado, o presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), Iacovos Tofari, disse que Cuba «continua a ser um exemplo que inspira os povos a lutar contra as correntes do imperialismo e do colonialismo». O dirigente cipriota da FMJD sublinhou que o «processo social cubano proporciona os argumentos para convencer os povos de que um mundo melhor é possível».
«Os inimigos da Síria fracassaram»
Também presente no encontro, o embaixador da Síria em Cuba, Idris Mayya, interveio na primeira sessão do evento, tendo-se centrado na «firmeza da Síria na luta antiterrorista» e no impacto da sua vitória «no reequilíbrio do mundo».
O diplomata declarou que «os inimigos da Síria fracassaram nos seus planos graças à lendária resistência do povo e do exército». Hoje, o país árabe «encontra-se à beira da vitória final e está-se a preparar para a etapa da reconstrução», disse, citado pela agência SANA.
Recebendo o apoio e a solidariedade dos participantes na conferência, Mayya referiu-se às tentativas dos Estados Unidos e dos seus aliados para, através da aplicação de sanções económicas e medidas coercivas unilaterais, evitar a reconstrução do que foi destruído pelos grupos terroristas.
Quatro dias de debate por um mundo mais justo e equilibrado
Organizado pelo Projecto José Martí de Solidariedade Internacional, patrocinado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em coordenação com o Gabinete do Programa Martiano de Cuba, o encontro promove o estudo, o conhecimento e a divulgação da vida e da obra daquele que é conhecido como o «Apóstolo» cubano.
Nesta edição da Conferência estiveram e estão ainda em debate questões como a democracia na América Latina; o combate às desigualdades e paz no mundo; a arte ao serviço da humanidade; o papel dos novos movimentos sociais; a necessidade de fazer frente ao terrorismo; a luta contra todas as formas de discriminação; o papel da juventude, dos estudantes e das suas organizações nos processos de mudança; o papel do movimento sindical nas lutas por um mundo melhor, refere a Prensa Latina.
No âmbito do encontro, o intelectual cubano Roberto Fernández Retamar, presidente há quatro décadas da Casa das Américas, recebeu o Prémio Internacional José Martí 2019, atribuído pela UNESCO.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui