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|acidentes de trabalho

Amazon: quando a ganância mata

Ao troar das sirenes, o trabalho continuou. Pelo menos seis trabalhadores morreram e dezenas estão ainda subterrados nos escombros do armazém, destruído por um tornado no estado do Illinois, EUA.

Equipas de resgate trabalham nos escombros do armazém da Amazon em Edwardsville, Illinois, EUA, onde vários trabalhadores ficaram subterrados depois de um tornado com velocidades superiores aos 400km/h. 10 de Dezembro de 2021
Equipas de resgate trabalham nos escombros do armazém da Amazon em Edwardsville, Illinois, EUA, onde vários trabalhadores ficaram subterrados depois de um tornado com velocidades superiores aos 400km/h. 10 de Dezembro de 2021CréditosChris Phillips / Maverick Media Group/Reuters

«A segurança e o bem-estar dos nossos funcionários é a maior prioridade neste momento», afirmou Richard Rocha, porta-voz da Amazon, a maior empresa, em termos de receitas, do mundo. Nem isso levou a empresa, que subcontratava este armazém de distribuição, a cessar as suas operações quando foi emitido um alerta de emergência por causa de um tornado, esperado desde o início da semana, nem mesmo quando soaram as sirenes de alarme.

Vários tornados têm atingido, em simultâneo, a região do Midwest norte-americano (centro-oeste), causando pelo menos 84 mortos nos estados do Arkansas, Tennessee, Kentucky e Illinois (onde funcionava este armazém da Amazon). O número real de baixas só será conhecido ao longo da próxima semana.

Os alertas chegaram pelo menos meia hora antes do colapso da parte central do armazém, subterrando um grande número de trabalhadores. Das dezenas de funcionários a laborar nas instalações, apenas 45 conseguiram escapar antes do desabamento, deixando um número ainda desconhecido de vítimas nos escombros das instalações.

Mais de 24 horas depois do «incidente com vítimas em massa», como foi descrito pela Agência de Gestão de Emergência de Collinsville, só estão confirmadas 6 mortes, desconhecendo-se o número de trabalhadores desaparecidos. O telhado do edifício ruiu, assim como várias paredes de cimento, do tamanho de um campo de futebol, em cima das pessoas.

O estado do Illinois não obriga a que todos os edifícios estejam equipados com abrigos concebidos especificamente para proteger contra estes fenómenos climáticos extremos. No caso deste armazém, a casa de banho era o local designado de abrigo, de pouco servindo contra ventos que ultrapassaram os 400km/h.

Mesmo não estando, os trabalhadores, seguros em casa, já que poucos edifícios conseguiriam aguentar a forças deste tornado, a Amazon insistiu que estes se deslocassem para o armazém, juntando dezenas de pessoas num mesmo sítio, sem condições para as proteger adequadamente.

«Estamos profundamente consternados com a notícia de que membros da nossa família da Amazon morreram, em resultado da tempestade em Edwardsville», afirma, agora, a Amazon. Uma trabalhadora, entretanto, garantiu em declarações a uma estação local que os funcionários desta instalação nunca tinham recebido qualquer tipo de formação para actuar em situações de emergência.

As operações de resgate estão a avançar a passo lento e assim vão continuar durante a semana. Os cortes nas linhas de electricidade e as condutas de águas rebentadas forçaram a um minucioso, e perigoso, trabalho por parte das forças de emergência no local. Estados de emergência foram declarados em todos estes estados e o presidente dos EUA, Joe Biden, já considerou esta como sendo «provavelmente a maior onda de tornados da história do país».

Os trabalhadores da Amazon eram obrigados a deixar os seus telemóveis num cacifo antes de começar o trabalho, uma das regras mais polémicas e contestadas da empresa. Muito embora a pandemia tenha levado a Amazon a aliviar a aplicação desta regra, vários trabalhadores de outros locais do Illinois reivindicaram, em declarações prestadas à Bloomberg, o direito a ter o telemóvel consigo, para receber informações sobre situações de emergência.

Uma fábrica de velas no Kentucky sofreu o mesmo destino, neste caso estavam mais de 110 trabalhadores presentes aquando do desabamento. 40 pessoas foram resgatadas mas as autoridades temem que o número de vítimas possa vir ascender às dezenas.

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