A apresentação do livro realizou-se no dia 7 de Dezembro, no salão de festas do Edifício das Águas Livres, em Lisboa, com a presença da autora, do escultor José Pedro Croft e da jornalista Maria João Seixas.
Segundo o comunicado enviado à imprensa, Teresa Villaverde diz que «o texto foi escrito na ressaca de um filme, o Transe (2006), filmado na Rússia, na Alemanha, em França, e em Portugal. O primeiro dia de rodagem foi a bordo de um quebra gelo no mar Báltico, o último perto de Lisboa num dos dias mais quentes daquele ano, 60 graus de amplitude térmica. Por muitas razões, para além dessas, foi um dos filmes mais duros que fiz.».
Para a realizadora, a escrita deste livro foi a forma de fechar o filme: «Quando considerei o filme pronto, não percebi logo que em mim aquele tempo não estava completamente fechado, nem que se tinha confundido com muitas outras coisas que eu já tinha vivido antes. Penso que este texto vem inconscientemente da necessidade de despir tudo o que sobrou.»
A realizadora disse ainda, através do mesmo comunicado, que «a vontade de partilhá-lo agora, porque podia tê-lo deixado numa gaveta em vez de agora o ter trabalhado, organizado, limpado, vem da noção de que ainda me sobra mais uma camada para largar, vem da esperança ingénua de que ao partilhá-lo essa camada desapareça.»
É uma descrição do processo criativo, que leva o leitor a viajar entre a escrita, as imagens soltas, as vozes vagas, os lugares desconhecidos, até à formação de um caos que é preciso organizar: «No caso do cinema vem ainda depois a coisa material de procurar o dinheiro, de procurar os actores, os colaboradores, encontrar os lugares reais que possam tomar o lugar dos imaginados. Mas na rodagem já não pode haver caos. Na rodagem só pode haver pensamento organizado.»
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